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OLIGARQUIA
= Governo de poucos.
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Período
em que o Brasil foi controlado por cafeicultores da região sudeste,
especialmente de SP e MG. No âmbito regional, outras oligarquias ligadas ao
setor rural estavam no poder.
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Estrutura
Política:
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Política do Café-com-Leite:
–
Oligarquias
de SP e MG (as duas mais poderosas do país) alternavam-se na presidência da
República.
–
Oligarquias
menos expressivas apoiavam o acordo em troca de cargos ou ministérios, como por
exemplo o RS, BA, RJ, entre outros.
–
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EXCEÇÕES:
–
1910
– 1914:
Hermes
da Fonseca (MG + RS) – “Política das Salvações”*X Rui Barbosa
(SP) – “Campanha Civilista”
–
1922
– 1926:
Arthur
Bernardes
(SP + MG)*X Nilo Peçanha (RJ + BA + RS + PE) – “Reação Republicana”
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Política dos Governadores: acordo firmado
entre o presidente (a partir do governo de Campos Sales 1898 – 1902) e
os governadores estaduais que previa o apoio mútuo e a não interferência de
ambos em seus governos. Assim, o presidente conseguia os votos dos estados para
a continuidade de seus projetos e em troca, não interferia em disputas de poder
local das oligarquias.
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Coronelismo: poder local dos coronéis. Coronel era o
nome pelo qual os latifundiários eram conhecidos. Usavam seu prestígio pessoal
para arregimentar votos em troca dos quais obtinham financiamentos do governo
ou obras infra-estruturais como barganha política. Quanto maior o “curral
eleitoral” (número de eleitores que o coronel podia controlar) do coronel,
maior o seu poder.
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Fraudes eleitorais ou manipulação de resultados:
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Clientelismo – voto em troca de pequenos favores ou
“presentes”.
–
Voto de Cabresto – voto a partir de intimidações
pessoais.
–
Manipulação
de dados com votos repetidos e/ou “criação” de eleitores fantasmas.
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“Degola” política em caso de vitória de
opositores: não reconhecimento e titulação da vitória por parte da Comissão
Verificadora de Poderes.
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Estrutura
Econômica:
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Café: principal produto (agroexportação).
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Funding Loan (1898):
Ø Renegociação da
dívida brasileira, com os bancos credores.
Ø Novo empréstimo
(10 milhões de libras esterlinas).
Ø Utilizado para
pagamento dos juros da dívida externa.
Ø Suspensão de juros
por 3 anos.
Ø 13 anos para
início do pagamento e 63 anos para a quitação integral.
Ø Garantias:
receitas da alfândega do RJ e demais se necessário, receitas da Estrada de
Ferro Central do Brasil e do serviço de abastecimento de água do RJ.
Ø Compromisso de
retirada do meio circulante e queima de moeda, visando a valorização monetária.
Ø O funding-loan
representou uma moratória.
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Campos
Sales nomeou para ministro da Fazenda Joaquim Murtinho.
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Principal
obrigação combate à inflação.
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Saneamento
Financeiro:
Ø Combate ao déficit
público – realizou corte radical nos gastos do governo, paralisando quase todas
as obras públicas e o desestímulo às indústrias.
Ø Promoveu um
aumento significativo na arrecadação de impostos, com a criação de novas taxas.
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Obteve
o equilíbrio orçamentário podendo reduzir drasticamente a emissão de
papel-moeda.
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Não
apenas reduziu a emissão como começou a promover e eliminação física do
papel-moeda – incineração de imensos lotes de dinheiro.
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Alterou
a taxa de câmbio valorizando a moeda nacional em relação à libra esterlina.
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Consequências
da Política Econômica:
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Alterou
a taxa de câmbio valorizando a moeda nacional em relação à libra esterlina
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Queda
da Inflação acentuada – 115,1% em 1896 para -7,4% em 1900.
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Diminuição
do dinheiro levou a recessão, com queda acentuada da atividade econômica em
todo o país.
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Elevação
dos impostos atingiu todas as camadas sociais
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Aumento
do desemprego.
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Aumento
das importações e consequentemente o enfraquecimento das indústrias nacional.
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Convênio de Taubaté (1906):
–
Plano
de valorização artificial do café;
–
Governo
(São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) compravam os excedentes de café e
estocava.
–
Diminuindo
a oferta do produto, seu preço mantinha-se estável.
–
O
governo contraía empréstimos para comprar esse excedente.
–
Cobrava-se
impostos para equilibrar as contas do governo e honrar compromissos.
–
O
país se endividava e ampliava sua dependência com o exterior.
–
O
governo almejava vender o estoque de café quando a procura aumentasse, no
entanto, isso nunca ocorria, então o café estragava e o governo amargava
prejuízos.
–
O
bolso dos cafeicultores estava salvo.
–
Borracha:
–
Importante
entre 1890 e 1910 (aproximadamente).
–
Utilizada
na fabricação de pneus (expansão da indústria automotiva).
–
Extraída
na região Norte (PA e AM).
–
Decadência
associada a produção inglesa em suas colônias asiáticas.
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Cacau: Importante durante a primeira guerra
mundial (1914 – 1918).
•
Demais
produtos: açúcar, couro, algodão e mate. Todos agrícolas ou do setor primário,
destinados basicamente a exportação. Nenhum deles com números expressivos.
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Indústria:
–
Impulsionada
pela I Guerra Mundial (1914 – 1918).
–
Substituição
de importações (dificuldade de importar dos países em guerra).
–
Capitais
acumulados decorrentes do café.
–
Basicamente
na região Sudeste
–
Entrada
de um grande número de imigrantes (disponibilidade de mão-de-obra).
–
Impulso
aos centros urbanos.
–
Bens
de consumo não duráveis.
A Política Externa durante a República Velha:
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Barão do Rio Branco – principal responsável pela
política externa brasileira no período.
•
A questão de
Palmas (1893 – 1895):
–
Disputa
de BRA e ARG pela antiga região missioneira, no atual estado de Santa Catarina.
–
BRA
tem ganho de causa com aval dos EUA.
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Questão do Amapá (1900):
–
BRA
e FRA disputavam a região fronteiriça entre o estado do Amapá e a Guiana
Francesa.
–
BRA
tem ganho de causa com arbítrio da Suíça e incorpora definitivamente toda a
região a leste do Rio Oiapoque.
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Anexação do Acre (1903):
–
Interesse
na extração do látex.
–
Atritos
entre seringueiros brasileiros e bolivianos.
–
BRA
compra a região da Bolívia pelo valor de 10 milhões de dólares (Tratado de
Petrópolis).
–
Bolívia
recebe em troca do território área que lhe dava acesso ao Rio Madeira, e, portanto,
ao Oceano Atlântico.
Conflitos
sociais:
•
Movimentos Messiânicos:
–
Líderes
religiosos.
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Guerra de Canudos (BA 1896 – 1897):
ü Antônio
Conselheiro
(líder).
ü Causas: miséria
crônica da população nordestina, má distribuição de terras, descaso com o
trabalhador rural, seca, aumento de impostos, separação entre religião e Estado
decorrente da proclamação da República.
ü Camponeses seguem
Antônio Conselheiro, formando o Arraial de Canudos (ou Arraial do Belo Monte),
no interior da BA.
ü Comunidade forma
um Estado paralelo a República, abandonando as fazendas, deixando de pagar o
dízimo e os impostos republicanos.
ü Governo
republicano mais Coronéis + Igreja unem-se contra Canudos.
ü Campanha de
difamação contra Canudos atinge os principais jornais da capital, associando
Canudos ao retorno da monarquia.
ü Após 4 expedições
militares, Canudos é massacrada.
ü Fonte
bibliográfica frequentemente citada: “Os Sertões” – Euclides da Cunha.
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Revolta de Juazeiro (CE – 1913):
ü Líder: Padre
Cícero.
ü Causa: Intervenção
do governo central no Ceará, retirando do poder a tradicional família
Accioly (Política das Salvações).
ü Padre Cícero
lidera um exército formado por fiéis que recuperam o poder para a tradicional
família.
ü Prestígio político
do Padre Cícero aumenta consideravelmente, e a família Accioly retoma o
controle do Estado do Ceará.
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Guerra do Contestado (SC/PR 1912 – 1916):
ü José Maria (líder).
ü Causas: exploração
de camponeses, concessão de terras e benefícios para empresas inglesas e
americanas que provocaram a expulsão e marginalização de pequenos camponeses.
ü Origem do nome:
região contestada entre os estados de Santa Catarina e Paraná.
ü Assim como
Canudos, os participantes foram violentamente massacrados.
A
GUERRA DO CONTESTADO:
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Banditismo Social ou Cangaço (NE 1890 – 1940):
–
Bandos
armados que percorriam o interior nordestino sobrevivendo de delitos.
–
Principais
bandos: Lampião e Curisco.
–
Causas:
miséria crônica da população nordestina, seca, má distribuição de terras,
descaso do Estado e dos coronéis para com os mais pobres, violência.
–
Mito
do “Robin Hood”.
–
Os
cangaceiros foram perseguidos pela polícia volante e exterminados um a um. Eram
os únicos que despertavam medo nos coronéis, justamente por não terem
perspectiva de melhorar sua condição e, portanto, não precisar temer o
desrespeito das leis vigentes.
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Revolta da Vacina (RJ – 1904):
–
Projeto
de modernização do RJ (Presidente Rodrigues Alves).
–
Destruição
de cortiços e favelas, ampliação das avenidas, construção de novos prédios
inspirando-se em Paris.
–
Expulsão
de comunidades pobres das regiões centrais, inflação, alta do custo de vida.
–
Vacinação
obrigatória contra a varíola (Oswaldo Cruz) desencadeia conflito.
–
Durante
o conflito, um grupo de partidários radicais do Mal. Floriano Peixoto,
denominados “jacobinos florianistas” tenta tomar o poder, não obtendo
resultados satisfatórios.
–
Repressão
do governo. Sem maiores consequências.
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Revolta dos Marinheiros ou Revolta da Chibata (RJ
1910):
–
João Cândido (líder), posteriormente apelidado de
“Almirante Negro”.
–
Causas:
maus tratos, baixos soldos, péssima alimentação e castigos corporais (como a
chibata, por exemplo) dentro da marinha.
–
Marinheiros
tomam 2 navios e ameaçam bombardear o Rio caso continuassem os castigos na
marinha.
–
Governo
promete atender as reivindicações e solicita que marinheiros se entregassem.
–
Envolvidos
foram presos e mortos. João Cândido sobrevive, mas é expulso da marinha.
–
Castigos
corporais na marinha são abolidos.
–
Movimento operário:
–
Causas:
ampla exploração dos trabalhadores urbanos das fábricas e ausência de
legislação trabalhista que amparasse os trabalhadores.
–
Até a década de 20 predomínio de imigrantes italianos
de ideologia anarquista.
–
Principais
formas de luta: formação de sindicatos e organização de greves.
–
A partir de 1922 o principal instrumento de luta
operária foi o PCB, que tenta organizar os operários.
–
Postura
do governo em relação ao movimento operário: repressão (“caso de polícia”).
–
•
A Semana de Arte Moderna (SP – fev/1922):
–
Crítica
aos padrões artísticos e literários formais (métrica, rima, saudosismo,
sentimentalismo).
–
Criação
de uma nova estética sem fórmulas fixas e limitadoras da criatividade.
–
“Paulicéia Desvairada” – MÁRIO DE ANDRADE: primeira obra
modernista.
–
Principais
representantes: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Menotti
del Picchia (literatura), Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti
(pintura), Villa-Lobos (música), Vitor Brecheret (escultura).
•
O Tenentismo:
–
Movimento
da baixa oficialidade do exército (tenentes e capitães).
–
Classe
média urbana e letrada.
–
Contra
o poder central das oligarquias.
–
Objetivos:
moralização política (voto secreto, fim das fraudes, afastamento do controle
oligárquico), ensino obrigatório, centralização positivista.
–
Programa
elitista – para o povo, mas sem o povo.
–
Consideravam-se
a “salvação nacional”.
–
Revolta do Forte de Copacabana ou os 18 do Forte (RJ
1922):
ü Contra a posse do
presidente Arthur Bernardes (1922).
ü Episódio das
“Cartas Falsas”.
ü Movimento
fracassou, mas 18 integrantes (sendo um civil) marcharam em Copacabana contra
uma tropa do governo de mais de 3 mil homens. Sobreviveram ao gesto suicida
dois tenentes: Siqueira Campos e Eduardo Gomes.
–
Rebelião Paulista (1924):
ü Tenentes tomam o
poder de São Paulo, liderados por Isidoro Dias Lopes, por 22 dias, até a
reorganização das tropas federais. Fogem para o Paraná onde se encontram com
outro grupo de tenentes vindos do RS, liderados por Luís Carlos Prestes.
–
Coluna Prestes (1924 – 1926):
ü Líder: Luís
Carlos Prestes (“o Cavaleiro da Esperança”).
ü Marcha pelo
interior do Brasil tentando debilitar o governo de Arthur Bernardes e
conseguindo mais adeptos para a causa tenentista.
ü Caráter social
mais amplo: alguns mencionavam o desejo pelo voto feminino e pela reforma
agrária.
ü Fracassou. Seus
integrantes se exilaram na Bolívia. Alguns retornaram ao Brasil posteriormente.
A
COLUNA PRESTES:
O
fim da República Velha:
•
Manifestações de diversos setores abalam o poder do
governo.
–
Movimento
operário.
–
Movimento
tenentista.
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A Revolução de 30:
–
Crise
de 29 abala poder econômico dos cafeicultores.
–
Governo
não tem como valorizar artificialmente o café.
–
Rompimento
do pacto do café-com-leite: era a vez de MG indicar o candidato, porém, SP
indica o paulista Júlio Prestes para a sucessão do presidente Washington Luís.
–
MG
+ RS + PB formam a ALIANÇA LIBERAL com os candidatos Getúlio Vargas
(RS) e João Pessoa (PB) para presidente e vice, respectivamente.
–
Aliança
liberal recebe apoio de alguns tenentes e classe média urbana, além de várias
outras oligarquias dissidentes.
–
Júlio
Prestes vence eleição fraudulenta.
–
Protestos
contra o resultado das urnas tomam conta do país.
–
João
Pessoa é assassinado na PB.
–
Agitação
popular aumenta.
–
Exército
resolve depor o então presidente Washington Luís antes mesmo da posse de Júlio
Prestes e entregar a presidência ao comandante em chefe da revolta, Getúlio
Vargas.