quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

'Ninguém entendeu': declaração de Macron para enviar tropas à Ucrânia chocou o Ocidente, diz Rússia

            Os aliados da França não entenderam nem apoiaram a ideia do presidente francês Macron de um possível envio de tropas para a Ucrânia, declarou à Rádio Sputnik Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

08:58 28.02.2024 (atualizado: 09:22 28.02.2024

Esta mesma declaração chocou seus aliados da OTAN. Logo, algumas horas depois, foi feita uma série de declarações pela liderança dos países da OTAN, ministros das Relações Exteriores, ministros da Defesa, que disseram que eles [...] se desassociam desta declaração de Macron. Que eles mesmos não planejam nada disso, não planejam enviar ninguém e entendem que isso já será uma história diferente", disse Zakharova.

Segundo a diplomata, entre seus próprios parceiros, aliados e amigos, "ninguém entendeu" por que Macron fez tal declaração.

"Com a pausa financeira de Washington [de assistência a Kiev], ele forneceu uma certa ajuda político-informacional à Casa Branca, para investir ao menos alguma coisa em apoio ao regime de Kiev", explicou Zakharova uma das versões do motivo da fala de Macron que circulam na mídia ocidental.

O presidente da França, Emmanuel Macron, comentou anteriormente que os líderes dos países ocidentais haviam debatido a possibilidade do envio de militares à Ucrânia. Ele admitiu que não havia consenso sobre o assunto, mas que a situação poderia mudar.

Ontem (27), o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov disse que, se as tropas forem enviadas, "teremos que falar não sobre a probabilidade, mas sobre a inevitabilidade de um confronto direto entre a Rússia e a OTAN".

 

https://sputniknewsbr.com.br/20240228/ninguem-entendeu-declaracao-de-macron-para-enviar-tropas-a-ucrania-chocou-o-ocidente-diz-russia-33302810.html

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

LAVROV: BRASIL FEZ TUDO PARA RESOLVER FALHA NO REABASTECIMENTO DE AVIÃO RUSSO PARA VIAGEM A BRASÍLIA

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta quinta-feira (22) que manterá uma reunião com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, já que o Brasil resolveu todas as questões relacionadas ao abastecimento do avião da delegação russa.

12:40 22.02.2024 (atualizado: 13:45 22.02.2024)

"Acontece que aqui no Brasil praticamente não existem empresas que abastecem aeronaves que não sejam de propriedade de corporações ocidentais. Mas quero destacar a atuação dos anfitriões brasileiros, que fizeram de tudo para resolver essa questão. Essa reunião [com o presidente Lula] acontecerá hoje", disse Lavrov aos jornalistas, ao comentar relatos de que o voo do ministro para uma reunião com Lula estava em questão devido à falta de garantias de combustível de um distribuidor local.

Lavrov disse ainda que não manteve nenhum contato com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ou com o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, durante a reunião ministerial do G20 no Brasil.

"Não, eu não procurei esses contatos. Eles aparentemente seguiram o acordo de evitar a comunicação com a nossa delegação de todas as maneiras possíveis", disse Lavrov aos repórteres. ​

Ainda segundo o ministro, os Estados Unidos não fizeram quaisquer propostas sérias relativamente ao diálogo sobre estabilidade estratégica para a Rússia e Moscou está pronto para tais conversações com Washington.

"Não houve propostas sérias dos norte-americanos, houve uma abordagem que dizia: 'Bom, você interrompeu a operação do Tratado sobre a Redução de Armas Ofensivas Estratégicas, acreditamos que isso está errado, então vamos retomar as inspeções, queremos ir até você e ver como estão as coisas e em que condições as instalações estratégicas são mantidas', mas não funciona dessa forma", disse Lavrov aos jornalistas.

A Rússia continua pronta para conversações de estabilidade estratégica com os EUA, mas precisa de incluir todos os pontos sem exceções, acrescentou Lavrov. ​

Para além disso, o chanceler também comentou a reação do Ocidente à morte do político da oposição russo Aleksei Navalny.

"Essa histeria sobre a morte de Navalny mostrou decisivamente que, e nem quero comentar em detalhes, essas pessoas não têm o direito de interferir em nossos assuntos internos, especialmente porque eles mesmos têm seus próprios problemas com [o fundador do WikiLeaks] Julian Assange, com [o jornalista norte-americano] Gonzalo Lira, que morreu torturado em uma prisão ucraniana, e nem os norte-americanos nem qualquer outra figura ocidental comentou isso de forma alguma", disse Lavrov aos jornalistas.

 No início do dia, o governo do Reino Unido anunciou que havia acrescentado seis membros do conselho de administração da Novatek (empresa russa de energia) à lista atualizada de sanções contra a Rússia. As novas sanções também visam fabricantes de munições, empresas de eletrônica, empresas no comércio de diamantes e petróleo, entre outras, segundo o comunicado. Provocado por jornalistas a responder ao comunicado emitido pelo governo britânico, o chanceler disse que o Kremlin deve responder com ações.

 "Responderemos com ações. E com ações que dizem respeito ao desenvolvimento da nossa própria economia. Desenvolvimento e reforço dos laços com parceiros que, ao contrário da minoria ocidental, que continua a pensar em categorias coloniais e neocoloniais, são capazes de chegar a acordos", declarou o ministro.


Fonte:

https://www.blogger.com/blog/post/edit/432641282908610651/7252660744656900367

PRESIDENTE LULA SE REÚNE A PORTAS FECHADAS COM CHANCELER RUSSO SERGEI LAVROV

Encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chanceler russo Sergei Lavrov teve início às 18h desta quinta-feira (22) em Brasília.

18:41 22.02.2024 (atualizado: 19:33 22.02.2024)

 O compromisso aconteceu após a reunião de chanceleres do G20, que acontece no Rio de Janeiro. Lavrov e a comitiva russa deixaram o Palácio do alvorada por volta das 19h15.

A reunião de chanceleres do G20 reuniu nos dias 21 e 22 de fevereiro, no Rio de Janeiro, os chanceleres dos 20 maiores economias do mundo, além de países convidados e organizações internacionais (participaram um total de 45 delegações).

 Antes de se reunir com os ministros, Lavrov realizou uma série de viagens pela América Latina: visitou Cuba e Venezuela, onde se reuniu com seus pares desses países e com os líderes locais, Miguel Díaz-Canel e Nicolás Maduro, respectivamente, e depois chegou ao Brasil.

Mais cedo, com alguns problemas técnicos, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que manteria uma reunião com o presidente brasileiro já que o Brasil resolveu todas as questões relacionadas ao abastecimento do avião da delegação russa.

 "Acontece que aqui no Brasil praticamente não existem empresas que abastecem aeronaves que não sejam de propriedade de corporações ocidentais. Mas quero destacar a atuação dos anfitriões brasileiros, que fizeram de tudo para resolver essa questão. Essa reunião [com o presidente Lula] acontecerá hoje", disse Lavrov aos jornalistas, ao comentar relatos de que o voo do ministro para uma reunião com Lula estava em questão devido à falta de garantias de combustível de um distribuidor local.

A Rússia continua pronta para conversações de estabilidade estratégica com os EUA, mas precisa de incluir todos os pontos sem exceções, acrescentou Lavrov. ​

  

Fonte:

https://sputniknewsbr.com.br/20240222/presidente-lula-se-reune-a-portas-fechadas-com-chanceler-russo-33219230.html


China manda duro recado aos EUA sobre interferências em Taiwan

 A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, deu um alerta à delegação de congressistas americanos que chegou esta semana a Taiwan nesta quinta-feira (22). Em coletiva de imprensa, ela alertou os parlamentares a não enviarem "sinais equivocados" aos separatistas, que defendem a chamada "independência" da ilha.

 

"A China sempre se opôs firmemente a qualquer forma de intercâmbio oficial entre a parte americana e as autoridades de Taiwan e se opõe firmemente à interferência dos EUA nos assuntos de Taiwan de qualquer forma e sob qualquer pretexto", comentou ela.

 

Mao Ning lembrou que Taiwan é uma parte inalienável do território chinês e destacou que é necessário que Washington respeite o princípio de "uma China".

 

"Instamos os EUA a reconhecerem a extrema complexidade e sensibilidade da questão de Taiwan", resumiu.

 

O grupo, composto por cinco membros do Congresso dos EUA, é liderado por Mike Gallagher, presidente do Comitê Seleto sobre Competição Estratégica entre os EUA e o Partido Comunista da China da Câmara dos Representantes.

 

A delegação permanecerá na ilha até sábado (24) e devem se reunir com líderes taiwaneses do alto escalão do governo, além de representantes da sociedade civil para discutir as relações entre os EUA e Taiwan, segurança regional, comércio e investimento, e outras questões importantes de interesse mútuo.

 

Fonte:

https://sputniknewsbr.com.br/20240222/china-manda-duro-recado-aos-eua-sobre-interferencias-em-taiwan-33214434.html

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Lula no Egito: Israel não cumpre decisões emanadas da ONU, 'precisamos de cessar-fogo imediato'

 Visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva visa aproximar o Brasil dos países da África e do Oriente Médio e estabelecer uma crescente parceria estratégica.

09:23 15.02.2024 (atualizado: 12:02 15.02.2024)

Primeiro presidente brasileiro a visitar o Egito, Lula relembrou que sua visita ao Cairo, há 20 anos, era um olhar do Brasil para o mundo para além do eixo central — EUA e Europa — visando o desenvolvimento e o multilateralismo.

No início de sua fala, Lula não pôde deixar de lembrar que o mundo está vivendo um período geopolítico complicado, e agradeceu ao presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, pela ajuda na evacuação de brasileiros da Faixa de Gaza em função do conflito entre Israel e o Hamas.

"No momento em que nós deveríamos estar falando no aumento da produção de alimentos para o mundo. No momento em que nós deveríamos estar falando em crescimento econômico, distribuição de renda, geração de empregos, nós estamos falando em guerras", declarou Lula mencionando o conflito ucraniano e lembrando que a ONU, órgão que deveria antecipar e colaborar com a dissolução de tais problemas é hoje incapaz de atuar na questão.

"O Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque a Israel e ao sequestro de centenas de pessoas. E nós condenamos e chamamos o ato de ato terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, [que] a pretexto de derrotar o Hamas, está matando mulheres e crianças — coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento", declarou Lula.

Segundo o presidente, as instituições multilaterais que foram criadas para ajudar a solucionar problemas desta natureza não funcionam. Lula seguiu dizendo que conta com o Egito para mudar esta realidade para que os órgãos de governança global possam assumir as funções para as quais foram idealizados originalmente.

"É preciso que o Conselho de Segurança da ONU tenha outros países participando, outros países da África, da América Latina. É preciso que tenha uma nova geopolítica na ONU. É preciso acabar com o direito de veto dos países e que os membros do conselho sejam pacifistas e não atores que fomentam a guerra", criticou o presidente.

Para Lula, a ONU perde importância na medida em que suas decisões são meramente figurativas e que não é capaz de ajudar pragmaticamente em situações que perturbem a paz e a segurança mundiais. Citando o conflito Israel-Hamas, Lula lembrou o papel importante do Egito e agradeceu ao Cairo publicamente.

"A única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas me parece que Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas. [...] E eu não poderia deixar de começar toda minha conversa agradecendo ao presidente al-Sisi pela solidariedade que ele teve em ajudar o Brasil para que a gente conseguisse tirar as brasileiras e brasileiros que estavam na Faixa de Gaza", destacou ele.

Lula destacou o papel que ambas as economias têm em suas respectivas regiões pelo tamanho de seu mercado e pelo potencial de crescimento nas mais diferentes áreas chamando a atenção para a participação egípcia na balança comercial brasileira e nos ganhos que os países terão se seguirem na direção dos acordos já estipulados na direção do desenvolvimento e da manutenção da paz, quer seja na África ou no Oriente Médio.

"É urgente estabelecer um cessar-fogo definitivo que permita a prestação de ajuda humanitária sustentável e desimpedida, imediata, e incondicional liberação de reféns. O Brasil é terminantemente contrário à tentativa de deslocamento forçado do povo palestino. Por esse motivo entre outros, o Brasil se manifestou em apoio a um processo instaurado na Corte Internacional de Justiça pela África do Sul. Não haverá paz sem um Estado palestino convivendo lado a lado com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas internacionalmente reconhecidas. Tenho certeza de que hoje estamos inaugurando um novo e importante capítulo nas nossas relações bilaterais. Por isso, quero agradecer, senhor presidente, [pelo] carinho do povo do Egito e [pelo] seu, pessoalmente", concluiu Lula.

 

 

Fonte

https://sputniknewsbr.com.br/20240215/lula-no-egito-israel-nao-cumpre-decisoes-emanadas-da-onu-precisamos-de-cessar-fogo-imediato-33082835.html

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

MRE russo: Moscou 'não deixará sem resposta' reforço e exercícios da OTAN perto de suas fronteiras

Os exercícios Nordic Response 2024 (Resposta Nórdica 2024, em tradução livre), da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), serão conduzidos no norte da Noruega, da Finlândia e da Suécia de 4 a 15 de março, com a participação de cerca de 20 mil soldados de 14 países.

Os treinamentos militares da OTAN podem resultar em uma escalada de tensões, disse a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, nesta quarta-feira (7).

"Essas ações militaristas das autoridades norueguesas estão repletas de uma escalada adicional de tensões na região euro-ártica. Além disso, prejudicam a segurança da própria Noruega, que na verdade renuncia voluntariamente à sua própria independência e soberania", disse Zakharova em um briefing.

A representante adicionou que a Rússia não deixará sem resposta o aumento do potencial militar da OTAN em suas fronteiras e "tomará medidas defensivas adequadas para impedir ameaças à sua segurança nacional". 

Finlândia

Particularmente sobre esse país vizinho, o embaixador russo na Finlândia, Pavel Kuznetsovdisse à Sputnik que Moscou vê a decisão de Helsinque de fechar a fronteira com a Rússia como um passo em direção ao rompimento completo das relações entre os dois países.

"Vemos a decisão de Helsinque de fechar a fronteira como mais um passo em uma longa cadeia de ações das autoridades finlandesas que visam ao rompimento total das relações com a Rússia", disse Kuznetsov, acrescentando que a Finlândia "não leva em consideração os direitos e interesses dos cidadãos finlandeses e russos".

O país nórdico começou a fechar temporariamente os postos de controle na sua fronteira com a Rússia no início de novembro do ano passado, citando problemas de grande fluxo de migrantes. O governo finlandês anunciou mais tarde que a fronteira permaneceria fechada até 11 de fevereiro, no entanto amanhã (8) deve ser anunciado um prolongamento do fechamento.

 Fonte:

https://sputniknewsbr.com.br/20240207/mre-russo-moscou-nao-deixara-sem-resposta-reforco-e-exercicios-da-otan-perto-de-suas-fronteiras--32941542.html

(atualizado: 17:50 07.02.2024)

Educação no vermelho: Pesquisa indica possível “apagão” de professores no país

             Número de formandos que querem seguir a profissão está abaixo da demanda nos ensinos fundamental e médio, aponta estudo.

Por Jonatas Pacheco

“Eu diria para não ir por esse caminho. Há outras possibilidades para um futuro melhor, áreas que te valorizam mais”. O conselho que Aretha Soyombo, de 27 anos, daria a quem pretende ser professor no Brasil reflete o cenário em que se encontra a profissão no país: faltam docentes.

Ela nasceu em uma família de professores e em 2018 se formou pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em letras, na modalidade licenciatura, com especialização em inglês. Moradora do Santa Efigênia, na região Leste de BH, a jovem deu aula em escolas durante quase dois anos, mas decidiu deixar a sala de aula para trabalhar de forma particular.

“Na pandemia, eu fiquei muito frustrada com a sala de aula, que se tornou virtual. Eu entrava (na aula), e muitas vezes só havia três alunos. Faltavam interação e interesse deles. Como já estava na fase do pré-vestibular, não se importavam tanto, já que no Enem só tinha cinco questões básicas (de inglês). A matéria não é levada a sério. Quando decidi sair das escolas, muita gente me procurou para aprender inglês como segunda língua. Fazendo as contas, percebi que ganharia bem mais. Várias pessoas estão fazendo o mesmo movimento”, ponderou.

Casos como o dela têm sido comuns e acendem um alerta na educação básica brasileira: a falta de professores de determinadas disciplinas nos ensinos fundamental e médio. Pesquisa divulgada em dezembro de 2023 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) indica que em Minas as matérias que mais preocupam são língua portuguesa, língua estrangeira, educação artística, matemática e ciências + biologia.

Feito de 2019 a 2021 com foco na demanda de 2022, o levantamento mostra que o número de estudantes que estavam prestes a se formar e já atuavam nas salas de aula dessas disciplinas era insuficiente. Em uma escala de 0 a 1 em que 1 significa demanda atendida, o índice em língua estrangeira foi 0,23; 0,47 em educação artística; 0,50 em ciências + biologia; 0,54 em língua portuguesa; e 0,78 em matemática. No Brasil, todas as 12 matérias do estudo estão abaixo do mínimo necessário.

É um “apagão” na docência, afirma João Valdir de Souza, professor de sociologia da educação da UFMG que acredita que nos próximos anos será uma situação ainda mais difícil de ser solucionada. “É um problema histórico, que se agravou e tende a piorar. Não faltam profissionais. Falta atratividade para as salas de aula. Enquanto houver apenas um discurso vazio de valorizar a educação, nada será mudado. A situação é muito mais grave do que se imagina”, analisa.

 

Desvalorização profissional é a maior causa do êxodo

Coordenador do colegiado especial dos cursos de licenciatura da UFMG, Tiago Jorge acredita que esse êxodo dos educadores das salas de aula seja justificado pela baixa valorização da profissão. “O que a gente sempre discute é que há necessidade de políticas públicas que valorizem os cargos de docentes. E não é apenas na questão de melhores salários. É preciso haver melhores planos de carreira e uma formação continuada mais desenvolvida, para que os professores busquem se aperfeiçoar mais em cursos de mestrado e doutorado, por exemplo”, sugere o especialista.

Ele acredita que somente assim será possível atrair mais pessoas para a profissão.

Pesquisas feitas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2010 apontaram que os cursos de licenciatura não estão mais na lista dos 30 mais procurados, segundo Tiago Jorge, coordenador do colegiado especial dos cursos de licenciatura da instituição. Antes, eles apareciam entre os dez mais buscados.

 

O que dizem Estado e prefeitura da capital

Questionados sobre o que tem sido feito para atrair mais profissionais da educação para a sala de aula, a secretária adjunta de Estado de Educação, Geniana Faria, disse que tem sido um grande desafio fazer os jovens se interessarem pela carreira e que isso passa pelo descrédito da profissão. Ela informou que o Estado vem tentando valorizar os docentes, pagando salários que acompanhem o piso nacional, retomando planos de progressão de carreira e colocando em dia benefícios que estavam em atraso desde 2015.

Já a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) respondeu que oferece salário inicial de R$ 3.228,06, 25,31% acima do piso nacional – que era de R$ 2.576,57 para uma jornada de 22 horas e 30 minutos, antes do reajuste deste ano –, além de oferecer benefícios, como progressões por escolaridade e mérito. Também acrescentou que realizou iniciativas de reposição dos profissionais, com a nomeação de 5.518 professores entre 2017 e 2023.

 


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

'Déficit de modernidade': representante do Brasil diz que G20 terá reforma da ONU como prioridade

 

Desde dezembro, o Brasil exerce a presidência do G20, cuja cúpula acontece em novembro no Rio de Janeiro em meio à escalada de conflitos e falta de efetividade da principal organização internacional. Além das discussões sobre o combate às mudanças climáticas e à fome, o Brasil também terá como prioridade a agenda de reforma das Nações Unidas.

Um dos conflitos mais sangrentos da história recente do Oriente Médio tem levado preocupação em todo o mundo diante da possibilidade cada vez maior de uma escalada dos combates para outras regiões além da Faixa de Gaza. Após quase quatro meses, dados apontam mais de 100 mil palestinos mortos, feridos ou desaparecidos. Ainda em dezembro, a Assembleia Geral da Organização das Nações (ONU) chegou a aprovar a resolução que pede o cessar-fogo e o envio de ajuda humanitária, mas que foi totalmente ignorada por Israel.

A falta de efetividade da atuação da principal organização internacional levou o Brasil a ter como uma das prioridades na presidência do G20 a reforma da governança global de todo o sistema das Nações Unidas. É o que contou o embaixador Mauricio Lyrio, coordenador da Trilha de Sherpas (representante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva), em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (5).

Em preparação para a cúpula que acontece em novembro no Rio de Janeiro, o país começa neste mês a receber as reuniões ministeriais, sendo a primeira nos dias 21 e 22 com os chanceleres do grupo.

"Sabemos que há tensões geopolíticas no mundo, e cabe aos chanceleres discutir esses temas para, eventualmente, levar aos líderes. Uma das questões centrais é a reforma da governança global. E no centro disso está, naturalmente, a necessidade da reforma da principal instituição, que é o sistema das Nações Unidas", defendeu.

 

Para o embaixador, a entidade, que foi criada há quase 80 anos, ainda na década de 1940 e em um contexto de fim da Segunda Guerra Mundial, vive um "déficit de modernidade", além de não conseguir representar o mundo multipolar. Diante disso, é necessário repensar a estrutura das Nações Unidas, tanto nas áreas política, econômica e comercial como também o Conselho de Segurança, que conta com os mesmos membros permanentes desde a criação (apenas China, Rússia, Estados Unidos, França e Reino Unido).

"Então, eu diria que o tema reforma da ONU é muito mais amplo, que tem a ver com a eficácia e a representatividade. Isso passa, sim, pela reforma do Conselho, mas não é só isso. É todo um repensar de uma organização que foi criada na década de 1940 e nós estamos em 2024. Já se passaram muitos anos e é necessário ajustar. Nós enfrentamos desafios globais, e, como o termo diz, requerem soluções globais, coordenadas entre os países", declara.

O que é a ONU e para que serve?

Criada para intermediar as relações internacionais, além de harmonizar a ação das nações diante de objetivos comuns rumo ao desenvolvimento e a paz mundial, a ONU está com a atuação cada vez mais enfraquecida diante de um momento "tão grave da humanidade". É o que já avaliou em diversas situações o governo brasileiro.

"Se não há organizações internacionais fortes, é mais difícil encontrar soluções e ainda mais difícil implementar as soluções aguardadas pelos países. Como disse o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] em Hiroshima [no Japão], você pode até chegar a algumas decisões, mas na hora de ter, eu diria, o empenho dos países para implementar essas medidas, não será suficiente se nós não tivermos organizações internacionais fortes", afirmou o embaixador.

O sherpa brasileiro também lembrou que, segundo estatísticas de organizações não-governamentais ligadas à paz, o mundo tem atualmente pelo menos 183 conflitos, número que atingiu um recorde no ano passado.

"Uma ONU forte é a base para a paz, a ONU foi criada justamente para prevenir novos conflitos, só que os novos conflitos estão acontecendo e, com isso, nós temos dificuldade de concentrar recursos e atenções nos temas do desenvolvimento", relata, acrescentando que em situações assim os países direcionam mais investimentos para a área militar e o enfrentamento aos desafios sociais acaba em segundo plano.

"A proposta apresentada pelo Brasil na reunião de sherpas inclusive foi muito bem recebida. Esse não é um processo simples, mas o que queremos, durante a presidência brasileira, é impulsionar uma reforma, que obviamente não pode ser feita só pelos países do G20, até porque seria contraditório ao maior objetivo, que é ser uma organização mais representativa. Então, não adianta também excluir os demais desse processo", resume.

Reforma das instituições financeiras

Uma das principais entidades financeiras da ONU, juntamente com o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) tem em sua cartilha o compromisso em reduzir a pobreza do mundo, além de gerar crescimento econômico sustentável. Porém, cada vez mais, tem exigido dos países reformas e políticas de austeridade, a exemplo da Argentina, que afetam drasticamente os investimentos nas áreas sociais. Esse é um dos pontos que devem ser discutidos pelo Brasil durante o G20.

"Um eixo que já está bem avançado, eu diria, é a questão da otimização dos recursos, tanto do Banco Mundial como do FMI. Hoje em dia, os critérios para aprovação de empréstimos e toda a mecânica faz com que a gente não aproveite totalmente os recursos disponíveis. E a visão do Brasil é que esses recursos têm que ser aproveitados e destinados aos países em desenvolvimento", explica.

O país também defende o fortalecimento de instituições como o Banco Mundial, com mais recursos e também representatividade dos países. "Isso é um processo também complexo. É uma tradição do Brasil de reivindicar maior, eu diria, equanimidade, maior equilíbrio, em termos de voto e voz, tanto no Banco Mundial como no FMI, para que países em desenvolvimento tenham maior capacidade de representação", pontua.

Combate à fome e mudanças climáticas

Por fim, o embaixador brasileiro lembra sobre a criação de duas forças-tarefa com o objetivo de discutir e avançar em temas caros para a humanidade: combate à fome e mudanças climáticas. Conforme Maurício Lyrio, mais de 750 milhões de pessoas estão em situação grave de insegurança alimentar em todo o mundo e, para enfrentar essa situação, o Brasil sugere a criação da Aliança Global contra a Fome.

"O Brasil conseguiu sair do mapa da fome depois dos esforços em termos de programas sociais e distribuição de renda, e sabe que isso é possível por meio desse conjunto de políticas. Queremos lançar essa iniciativa baseada nesses modelos. A questão da fome não é só de recursos financeiros e oferta de alimentos. Há países que produzem 11 vezes mais do que necessitam e ao mesmo tempo possuem fome. A questão é como mobilizar as instituições, como o FMI, Banco Mundial e bancos de desenvolvimento em geral, para temas como a pobreza extrema", frisa.

Já com relação ao enfrentamento das mudanças climáticas, Mauricio Lyrio lembrou que o Acordo de Paris previa que entre 2020 e 2025 os países desenvolvidos investissem anualmente US$ 100 bilhões (R$ 499 bilhões) na área, o que não tem sido cumprido.

"O objetivo brasileiro é mobilizar mais recursos contra a mudança do clima e tornar mais igualitário o acesso aos recursos. Muitos dos países que têm que fazer a transição energética hoje contribuíram muito pouco para a emissão de gases de efeito estufa, historicamente. Como é que você diz para determinados países que, agora que vocês estão começando a crescer um pouco mais, têm que reduzir a emissão. Mas, para reduzir a emissão, é preciso de recursos. Então, essa mobilização contra a mudança do clima é uma mobilização de recursos financeiros", finaliza

 

 

Fonte: https://sputniknewsbr.com.br/20240205/deficit-de-modernidade-representante-do-brasil-diz-que-g20-tera-reforma-da-onu-como-prioridade-32902001.html

União Africana pede fim da 'interferência externa' em meio à crise civil na Líbia

 

País que enfrenta uma devastadora guerra civil desde 2011, a Líbia ainda foi arrasada pelas fortes enchentes no fim do ano passado, quando registrou mais de 11 mil mortes. Nesta segunda-feira (5), a União Africana pediu o "fim da interferência externa" para ajudar a região à retomar a normalidade.

A revolta que levou a uma guerra civil que já dura quase 13 anos no país começou quando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) apoiou a derrubada e morte do ditador Muammar Kadhafi, que inclusive já foi aliado próximo dos Estados Unidos e da Europa.

Porém, diante do poder central vago, milícias começaram a competir pelo controle do governo em conflitos que abalam a Líbia até hoje. Atualmente, o país está dividido entre duas administrações: uma com reconhecimento internacional com sede em Trípoli, a oeste, e outra no leste apoiada pelo líder militar Khalifa Haftar.

Na reunião especial sobre a Líbia, a União Africana lembrou a importância de apoiar os esforços para que o país retome a normalidade. "Os membros reiteraram seu apoio ao processo político empreendido pela Líbia com o objetivo de conduzir a eleições gerais permitindo um governo unificado", disse o ministro das Relações Exteriores do Congo, Jean-Claude Gakosso, em um comunicado final.

Já o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, lembrou que a crise na Líbia "já perdura por muito tempo e custou caro ao seu povo", além de alimentar o crescimento do terrorismo na região do Sahel.

Também no comunicado final, a entidade voltou a apelar "para que todos os atores externos cessem de interferir nos assuntos internos da Líbia, que afetam os interesses fundamentais do povo líbio, suas aspirações legítimas e a estabilidade, paz e desenvolvimento". Uma reunião de reconciliação inter-líbia está agendada para ocorrer em 28 de abril em Sirte, na Líbia.

 

 

Fonte: https://sputniknewsbr.com.br/20240205/uniao-africana-pede-fim-da-interferencia-externa-em-meio-a-crise-civil-na-libia-32906353.html


'A melhor defesa é o ataque': as razões por trás do poderio nuclear de China e Coreia do Norte

 

Tanto a China quanto a Coreia do Norte vêm ampliando seus arsenais nucleares ao longo do tempo, com o intuito de modernizar-se tecnologicamente, mas também de defender seus sistemas de governo das ameaças e, mais do que isso, de uma intervenção do Ocidente em seus assuntos domésticos.

 

Vale lembrar que os primeiros planos de desenvolvimento nuclear conduzidos pela China datam de outubro de 1964, em pleno auge da Guerra Fria, ao passo que a Coreia do Norte conduziu os seus primeiros testes nucleares apenas em outubro de 2006. Desde então, ambos os países aumentaram constantemente os seus planos de desenvolvimento nuclear, assim como o teste de novas armas mais letais e mais sofisticadas. Fato é que a Coreia do Norte e a China entenderam a necessidade de demonstrar ao mundo seu potencial nuclear com o intuito justamente de sinalizar ao Ocidente, em especial para os Estados Unidos, que não vão aceitar qualquer provocação externa em seus assuntos domésticos.

Do ponto de vista geopolítico, é preciso ter em mente também que a Coreia do Norte é um país altamente importante para a China e a Rússia, por exemplo. Afinal, desde 1948, quando a República Popular Democrática da Coreia (nome oficial da Coreia do Norte) surgiu, ficou acordado entre as potências vitoriosas da Segunda Guerra Mundial que o país faria parte da zona de influência soviética, ao passo que a Coreia do Sul seria apoiada pelos americanos. Todavia, após os comunistas liderados por Mao Tse-tung chegarem ao poder em 1949 na China, Pequim alinhou-se automaticamente com Moscou, formando então uma tríade de Estados (China, União Soviética e Coreia do Norte) que se opunha ao modelo capitalista e de organização social do Ocidente; no ano seguinte, dada a eclosão da Guerra da Coreia (que durou de 1950 a 1953) e a subsequente fixação da divisão política da península em torno do paralelo 38, os Estados Unidos precisaram repensar seus planos para a Ásia. Ao invés de apelar para a via militar, Washington preferiu então discursar sobre o apoio estadunidense a uma possível reunificação das Coreias, que deveria ocorrer sob a égide de Seul e não de Pyongyang. Washington e outras capitais ocidentais até hoje defendem essa fórmula, tendo como exemplo a própria unificação da Alemanha ao final da Guerra Fria, que se deu em detrimento da Alemanha Oriental.

Seja como for, desde seu surgimento tanto a Coreia do Norte como a China de Mao passaram a depender do material bélico soviético, culminando na configuração das disputas geopolíticas que se fixaram na região durante toda a Guerra Fria e para além dela; atualmente, por sua vez, pode-se dizer que o principal receio americano na Ásia se trata da crescente influência chinesa e de sua cooperação tanto econômica como militar com a Coreia do Norte. Como resposta, os americanos optaram por exercer pressão sobre Pequim (e sobre Pyongyang) por meio de parcerias estratégicas com países como Japão, Australia, Índia, Tailândia e, não menos importante, com a própria Coreia do Sul.

Enquanto isso, de acordo com relatórios do Pentágono, a China já possui hoje cerca de 500 ogivas nucleares, ao passo que, segundo dados do Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), as ogivas nucleares da Coreia do Norte são em número de 30. Estes dados mostram que ambos os países melhoraram muito sua infraestrutura técnica e militar ao longo dos anos, apesar de sofrerem sanções do Ocidente em diversos momentos durante sua trajetória. Por certo, a China conta com muitas instalações para simular seus testes nucleares, apesar do desagrado do Ocidente. Da mesma forma, a Coreia do Norte de Kim Jong-un.

Na liderança chinesa desde 2013, Xi Jinping pretende manter a capacidade dissuasória de seu país perante os Estados Unidos. Para isso mesmo, a China também conta com mísseis balísticos intercontinentais (ou ICBM, na sigla em inglês) e um Exército cada vez mais bem treinado e bem equipado. É de se esperar, portanto, que com o recrudescimento dessa nova "Guerra Fria 2.0" com os Estados Unidos, a China opte por estimular o crescimento numérico e qualitativo de seu arsenal nuclear e convencional. Tudo isso para proteger os seus interesses de segurança na Ásia e no mar do Sul da China.

Não sem razão, de acordo com observações do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, os esforços da China para modernizar seu Exército e suas forças militares continuarão a crescer significativamente durante os próximos anos, tanto em termos de escala como em complexidade e sofisticação tecnológica.

Quanto à Coreia do Norte, a explicação para o aumento da desconfiança de Kim Jong-un para com os Estados Unidos reside no fato de que os americanos se acostumaram a intervir militarmente em países cujos governos foram tidos como hostis aos interesses de Washington. Exemplos desse tipo de conduta podem ser encontrados nas mais diversas regiões do globo, desde a América Central passando pelo Oriente Médio, Norte da África e mesmo na Asia Central. É em vista dessa ameaça iminente e velada que os Estados Unidos fazem a determinados governos que a desnuclearização da Coreia do Norte se torna um sonho cada vez mais distante. Ora, Kim Jong-un não pretende e nem pode se livrar de sua capacidade dissuasória, a tão duras penas adquiridas. Pelo contrário, sua intenção é ampliá-la, de modo que seus mísseis sejam capazes de colocar os Estados Unidos em risco, se necessário for. Em 2022, por exemplo, a Coreia do Norte conduziu mais de 70 testes balísticos. Com isso, Pyongyang sinaliza que há um limite, uma linha vermelha, que deve ser respeitada pelos americanos, se não quiserem colocar a segurança da Ásia em risco.

Em suma, o impulso de expansão e modernização dos arsenais nucleares da China e da Coreia do Norte tem o intuito fundamental de assegurar os seus governos da intervenção ocidental. Sendo assim, apesar das medidas chinesas e norte-coreanas alimentarem a insegurança de seus vizinhos, não há uma alternativa para Xi Jinping nem Kim Jong-un, sobretudo em vista do cenário recente. Afinal, em um mundo onde os riscos geopolíticos para países indefesos é cada vez mais alto, desarmar-se é o mesmo que suicídio.

As opiniões expressas neste artigo podem não coincidir com as da redação.

 

Fonte: https://sputniknewsbr.com.br/20240205/a-melhor-defesa-e-o-ataque-as-razoes-por-tras-do-poderio-nuclear-de-china-e-coreia-do-norte-32899756.html

Exército triplica equipamentos e contingente no norte do Brasil perto da fronteira com Essequibo

 

Um comboio de caminhões militares e veículos blindados partiu para a fronteira norte do Brasil nesta sexta-feira (2) a fim de reforçar a presença do Exército brasileiro na região.

Mais de duas dezenas de carros blindados chegaram a Manaus por transporte fluvial e alguns partiram por estrada para Boa Vista, capital do estado de Roraima, onde a guarnição local será aumentada para 600 soldados, informou o Exército em comunicado.

 

“Os reforços de veículos blindados incluem seis Cascavel, carro blindado brasileiro de seis rodas com canhão de 37 mm; oito Guarani, veículo de transporte de pessoal 6×6; e 14 Guaicuru, um carro blindado leve multitarefa com tração nas quatro rodas, disse a força. Os carros blindados mais pesados ​​​​foram transportados em caminhões-reboque.”

 

De acordo com o comandante da força, general Tomás Paiva, a chegada dos blindados é resultado do planejamento do Exército Brasileiro voltado para reforçar e priorizar a Amazônia.

No entanto, em conversa com repórteres em Manaus, Tomás Paiva, disse que a guarnição de Boa Vista se transformaria em um regimento com a triplicação de equipamentos e homens, e parte ficaria na cidade enquanto outra seria enviada para Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, segundo a Reuters.

 

"O papel do Exército é garantir a nossa soberania nacional […] Realmente acreditamos que a situação foi resolvida pacificamente por meios diplomáticos", afirmou o comandante citado pela mídia.

 

Caracas reativou uma antiga reivindicação sobre a região de Essequibo no ano passado. Em meio às tensões, Venezuela e a Guiana concordaram em dezembro em não usar a força nem aumentar a tensão na disputa numa reunião em São Vicente e Granadinas.

Na semana passada, em reunião mediada pelo Brasil, a Venezuela prometeu manter a diplomacia para resolver o conflito.

Brasília já se posicionou anteriormente afirmando que não permitiria que a tropas venezuelanas usassem o território brasileiro em Roraima para invadir Essequibo, uma vez que não há rota terrestre através da selva.

 

Fonte: https://sputniknewsbr.com.br/20240203/exercito-triplica-equipamentos-e-contigente-no-norte-do-brasil-perto-da-fronteira-com-essequibo-32874612.html

Revisão do cadastro do Bolsa Família exclui 1,7 milhão de famílias de uma só pessoa em 2023

 

Uma equipe da Universidade de Tsinghua na China implantou um processador sem O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome divulgou que a atualização do cadastro do Bolsa Família, programa social do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), resultou na exclusão de 1,73 milhão de famílias "unipessoais" em 2023.

Os dados oficiais revelam que, em dezembro de 2022, havia 5,88 milhões dessas famílias entre os beneficiários do programa, número que diminuiu para 4,15 milhões ao final do ano passado.

Famílias unipessoais são compostas por apenas um membro e estão inscritas no Cadastro Único. Embora não haja restrição específica a elas, uma vez classificadas como unipessoais, não podem mais dividir a residência com outros familiares.

O ministro Wellington Dias explicou que a transição do "auxílio solteiro" para o Bolsa Família ampliou a média de pessoas por benefício, contemplando mais crianças e elevando o benefício médio para R$ 681.

Ele exemplificou que uma família com casal e três filhos de até seis anos passou a receber um auxílio de R$ 1.160.

O governo federal havia anunciado a revisão do cadastro em março do ano passado, identificando indícios de irregularidades em 2,5 milhões de beneficiários. Na ocasião, 1,4 milhão foi excluído da folha de pagamento de março.

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social destacou que os "arranjos unipessoais" tiveram um aumento considerável, relacionado à dinâmica demográfica das famílias brasileiras entre o final de 2021 e os últimos meses de 2022. Esse crescimento ocorreu nos anos finais da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando o programa se chamava Auxílio Brasil.

Em junho do ano passado, o governo federal publicou portaria que alterou os documentos necessários para fazer ou atualizar registros, realizando um "ajuste importante" no procedimento de cadastramento ou atualização cadastral de famílias unipessoais.

Além da apresentação dos documentos obrigatórios, comuns a todas as composições familiares, tais famílias agora devem assinar termo de responsabilidade, comprometendo-se com a veracidade das informações prestadas ao Cadastro Único.

A revisão também atualiza informações sobre o rendimento das pessoas que solicitam o benefício, a fim de verificar se ainda se enquadram nas regras do programa social.

Em abril de 2023, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o processo de atualização pode gerar uma redução anual de despesas de até R$ 7 bilhões por ano.

 

 

Fonte: https://sputniknewsbr.com.br/20240205/revisao-do-cadastro-do-bolsa-familia-exclui-17-milhao-de-familias-de-uma-so-pessoa-em-2023-32893010.html

Implante cerebral chinês ajuda homem paralisado a recuperar habilidades motoras

Uma equipe da Universidade de Tsinghua na China implantou um processador sem fio no crânio de um homem que estava paralisado há 14 anos e o ajudou a recuperar habilidades motoras, incluindo beber uma garrafa de água sozinho.

A equipe anunciou o resultado nesta semana no site da universidade. Nomeada de Interface Cérebro-Computador (BCI, na sigla em inglês), a tecnologia pode auxiliar na reabilitação de pacientes com doenças e lesões cerebrais e expandir a capacidade de processamento do cérebro humano no futuro, segundo a pesquisa.

O dispositivo implantável, denominado Neural Electronic Opportunity (Oportunidade Eletrônica Neural), ou NEO, é alimentado pela parte externa através do couro cabeludo, e recebe sinais neurais antes de transmiti-los para um computador ou celular.

O paciente que recebeu a cirurgia de implante, em 24 de outubro de 2023, sofreu lesão medular completa em consequência de um acidente de carro, há 14 anos, e ficou tetraplégico.

Os neurocirurgiões do Hospital Xuanwu implantaram o processador BCI sem fio, minimamente invasivo, do tamanho de duas moedas, no crânio do paciente. Após três meses de treinamento em casa, o paciente agora é capaz de pegar uma garrafa de água sozinho, por meio de uma luva cheia de ar, impulsionada por ondas cerebrais, com taxa de precisão de preensão superior a 90%.

O paciente também apresentou melhora nos escores clínicos de lesão medular e nas medições do potencial sensorial, de acordo com os neurocirurgiões participantes do estudo.

Nesta última segunda-feira (27), o empresário Elon Musk anunciou que sua empresa Neuralink implantou um dispositivo em um ser humano pela primeira vez. Diferente da tecnologia de Telepatia da Neuralink, os eletrodos do NEO são incorporados entre o crânio e a dura-máter, uma membrana externa espessa que envolve o cérebro e a medula espinhal, esclarecem os pesquisadores.

Comparado ao BrainGate, Neuralink e outros BCIs implantados, o sistema NEO validou nova abordagem para equilibrar desempenho e característica pouco invasiva do BCI intracraniano.

Esses eletrodos podem garantir a qualidade do sinal sem danificar os tecidos neurais. A fonte de alimentação é sem fio e a máquina interna implantada no crânio é sem bateria, acrescenta o relatório divulgado.

Em 19 de dezembro de 2023, o segundo caso de implantação de NEO em um paciente com lesão medular foi implementado no Hospital Tiantan de Pequim. O paciente agora está em reabilitação em casa.

O implante BCI epidural miniaturizado começou a ser desenvolvido há cerca de dez anos. Foi testado em porcos brancos, demonstrando sua capacidade de registro estável de longo prazo dos sinais epidurais, mantendo os neurônios corticais intactos.

 

Fonte: https://sputniknewsbr.com.br/20240202/implante-cerebral-chines-ajuda-homem-paralisado-a-recuperar-habilidades-motoras-32851953.html

Marinha do Brasil assume comando em força-tarefa na região do mar Vermelho

 

A Marinha do Brasil lidera força-tarefa multinacional contra a pirataria na região do mar Vermelho e golfo de Áden, área sensível devido ao conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, bem como os ataques dos rebeldes houthis do Iêmen a navios mercantes e militares.

 

A Força-Tarefa Combinada 151 (CTF-151), sob comando das Forças Marítimas Combinadas (CMF), maior coalizão naval do mundo, tem o Brasil assumindo o comando pela terceira vez, conforme publicou o jornal Folha de S. Paulo.

A situação atual é considerada mais tensa e perigosa do que em ocasiões anteriores, devido ao conflito entre houthis, Estados Unidos e aliados.

O contra-almirante Antonio Braz de Souza, que recebeu o comando rotativo da força, destacou em entrevista ao jornal que a situação atual permite que as embarcações da CTF-151 defendam navios de seus países de ataques.

Além disso, crimes como tráfico de drogas, armas e seres humanos também são alvos.

Apesar de o Brasil não ter navios presentes na força-tarefa devido à transição da frota e foco renovado no Atlântico Sul, o comando da CTF-151 representa oportunidade de cooperação com outras marinhas, na visão de Souza.


Fonte: https://sputniknewsbr.com.br/20240205/marinha-do-brasil-assume-comando-em-forca-tarefa-na-regiao-do-mar-vermelho-32893513.html

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

'Mundo não pode abandonar Gaza', apelam líderes de órgãos internacionais…

 Jamil Chade Colunista do UOL

30/01/2024 20h39

 

Numa rara declaração conjunta, os chefes das principais entidades internacionais fizeram um apelo na noite desta terça-feira para que os governos desistam da ideia de suspender recursos para a agência da ONU para os refugiados palestinos, a UNRWA. A iniciativa ocorre no mesmo dia em que o maior doador, o governo dos EUA, anunciou que vai exigir uma reforma completa da entidade, antes de voltar a dar recursos. Já Israel chama a agência da ONU de "fachada para o Hamas".

 

Em Nova Iorque, uma reunião de emergência foi realizada entre a entidade e seus principais doadores, depois dos escândalos envolvendo a suspeita de que doze dos 13 mil funcionários da agência teriam participado dos ataques do Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023. Israel ainda acusa 190 funcionários da agência da ONU de serem agentes duplos do Hamas.

             

Como resultado, 17 países anunciaram que estão suspendendo os repasses para o organismo em Gaza, responsável por atender a 2,2 milhões de pessoas. Juntos, esses doadores representam mais de 50% do orçamento da entidade que já avisou que deixará de operar ao final de fevereiro se os recursos não forem restabelecidos.

             

"As alegações de envolvimento de vários funcionários da UNRWA nos hediondos ataques a Israel em 7 de outubro são horríveis", afirmam os diretores das principais agências internacionais e da ONU. "Como disse o secretário-geral (António Guterres), qualquer funcionário da ONU envolvido em atos de terror será responsabilizado", alertaram.

             

Mas eles apontam que não é hora de deixar Gaza sem dinheiro.

 

"Não devemos impedir que uma organização inteira cumpra seu mandato de atender pessoas com necessidades desesperadas", afirmam.

             

"Os eventos angustiantes que vêm ocorrendo em Gaza desde 7 de outubro deixaram centenas de milhares de pessoas desabrigadas e à beira da fome. A UNRWA, como a maior organização humanitária em Gaza, tem fornecido alimentos, abrigo e proteção, mesmo quando seus próprios funcionários estão sendo deslocados e mortos", explicam.

             

"As decisões de vários Estados-Membros de suspender os fundos da UNRWA terão consequências catastróficas para a população de Gaza. Nenhuma outra entidade tem a capacidade de fornecer a escala e a amplitude da assistência de que 2,2 milhões de pessoas em Gaza precisam com urgência", alertam.

             

"Apelamos para que essas decisões sejam reconsideradas", pedem.

             

Segundo eles, a UNRWA anunciou uma revisão completa e independente da organização, e o Escritório de Serviços de Supervisão Interna da ONU foi ativado.

             

"A retirada de fundos da UNRWA é perigosa e resultaria no colapso do sistema humanitário em Gaza, com consequências humanitárias e de direitos humanos de longo alcance no território palestino ocupado e em toda a região", insistem.

             

"O mundo não pode abandonar o povo de Gaza", completam.

             

Assinam a declaração:

Martin Griffiths, Coordenador de Ajuda de Emergência e Subsecretário Geral para Assuntos Humanitários (OCHA)

Jane Backhurst, Presidente do ICVA (Christian Aid)

Jamie Munn, Diretor Executivo, Conselho Internacional de Agências Voluntárias (ICVA)

Amy E. Pope, Diretora Geral, Organização Internacional para Migração (IOM)

Volker Türk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR)

Paula Gaviria Betancur, Relatora Especial das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos das Pessoas Deslocadas Internamente

Achim Steiner, Administrador, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

Natalia Kanem, Diretora Executiva do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA)

Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (UNHCR)

Michal Mlynár, Diretor Executivo do Programa de Assentamento Humano das Nações Unidas (UN-Habitat)

Catherine Russell, Diretora Executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)

Sima Bahous, subsecretária-geral e diretora executiva da ONU Mulheres

Cindy McCain, diretora executiva do Programa Mundial de Alimentos (WFP)

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS)

 

Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2024/01/30/mundo-nao-pode-abandonar-gaza-apelam-lideres-de-orgao-internacionais.htm?cmpid=copiaecola