quarta-feira, 25 de março de 2020

Entrevista: Nádia Campeão: A reforma urbana deveria estar na agenda pública nacional

Em entrevista para o site da Fundação Maurício Grabois, Nádia Campeão fala sobre os desafios de se estruturar políticas públicas voltadas para a construção de cidades mais democráticas, tema do curso em vídeo oferecido pela FMG. A Secretária de Relações Institucionais e Políticas Públicas do PCdoB e vice-prefeita de São Paulo na gestão de Fernando Haddad destaca que para enfrentar os problemas urbanos seria preciso "outro rumo, que combine desenvolvimento, retomada da geração de emprego, elevação da renda, investimentos em saúde, educação e ciência públicas. Nada disso será possível com a continuidade do governo Bolsonaro".

PUBLICADO EM 22.03.2020

Nádia é autora do livro Cidades Democráticas – A Experiência do PCdoB e da Esquerda em Prefeituras (1985-2018), publicado pela Editora Anita Garibaldi/Fundação Maurício Grabois, e que traz uma sistematização e um balanço das principais experiências da esquerda à frente das prefeituras. Esse trabalho também inspirou a realização do curso em vídeo que está sendo oferecido pela FMG de forma gratuita. "É importante assistir todos os módulos para que se tenha uma visão integrada e multifacética da questão urbana e dos desafios atuais das nossas cidades", afirma.
Um dos maiores desafios da contemporaneidade é a gestão de grandes metrópoles, que cresceram de forma desordenada e sem planejamento. Como enfrentar problemas estruturais, com a participação da comunidade, buscando construir espaços urbanos mais democráticos?
Nádia Campeão: É verdade que nossas grandes cidades convivem com problemas estruturais, os quais vão sendo enfrentados ou lentamente, ou nem apresentam perspectivas de superação. No primeiro caso, poderíamos citar a questão do acesso universal dos domicílios ao saneamento básico e os problemas relativos ao transporte público coletivo. No segundo, em que não se vislumbram medidas efetivas, estão as enormes desigualdades entre áreas consolidadas das cidades, servidas por infraestrutura urbana razoável, e as vastas regiões mais afastadas ou onde residem as camadas trabalhadoras mais pobres, destituídas de serviços básicos, a começar do acesso a moradias seguras e dignas. Seria necessário colocar a reforma urbana na agenda pública nacional, somando os esforços de todos os níveis de governo. Em isso não ocorrendo, cabe lutar para que os governantes eleitos apresentem compromissos claros de agir sobre os problemas mais importantes, dando prioridade a estas regiões e populações que carecem do direito à cidade nas questões mais básicas.

Mas e quando pensamos nos pequenos municípios, quais são os maiores desafios?
Os pequenos municípios reproduzem em menor escala vários problemas vividos pelas médias e grandes cidades. É o caso da violência e do desemprego, por exemplo. E ainda são mais frágeis na arrecadação própria, operam com orçamentos muito reduzidos e dependentes das transferências dos estados e da união. Seria muito recomendável que fossem incentivadas a formação dos consórcios regionais, onde os municípios de uma mesma região pudessem atuar em conjunto na solução dos problemas relativos ao transporte, saúde, aterros sanitários, segurança hídrica e outros. 

O mundo vive a pandemia do Coronavírus. Milhões de pessoas em todo mundo estão em isolamento, os segmentos mais carentes da sociedade permanecem ou expostos à contaminação ou sem acesso à saúde. Esse é o tipo de situação que aumenta ainda mais as reflexões de como o espaço urbano e as políticas públicas devem se reestruturar. Como você avalia esse cenário?
O enfrentamento à pandemia do coronavírus já seria desafio imenso mesmo que o Brasil fosse um país bastante desenvolvido, Os exemplos internacionais, da Europa e dos EUA, estão aí a comprovar. Mas, no nosso caso, somam-se muitas outras fragilidades, como a desigualdade social, o baixíssimo crescimento, a desindustrialização (imagine um país depender da importação de máscaras e respiradores, quando todos os países deles necessitam ao mesmo tempo!), e mais do que tudo os ataques frontais que as políticas públicas e o SUS vêm sofrendo desde o governo de Temer, agravados com a eleição do Bolsonaro. A aprovação do teto dos gastos, o confronto com os médicos cubanos e o programa Mais Médicos, os cortes no orçamento da ciência e pesquisa, a completa insanidade do presidente da República, são fatores agravantes da situação. Como falar de isolamento social ou quarentena para a maior parte do povo que vive em condições precárias e sobrevive com trabalho informal? 

Espera-se que tudo isso que está acontecendo fortaleça a luta por uma outra orientação para o desenvolvimento nacional, um outro rumo, que combine desenvolvimento com reindustrialização, retomada da geração de emprego, elevação da renda, investimentos em saúde, educação e ciência públicas. Nada disso será possível com a continuidade do governo Bolsonaro.
Na hora de discutir as plataformas eleitorais, candidatos e candidatas inevitavelmente acabam hierarquizando questões, uns dizem que a prioridade é segurança, outros dizem que é saúde, educação, moradia e assim por diante. Como um gestor que pense numa cidade mais democrática deve entrelaçar esses temas? 
Quem governa uma cidade precisa atuar sobre um grande conjunto de áreas e desenvolver um complexo de políticas públicas que sustentam todo o funcionamento urbano, dando garantias de que a população viva numa cidade limpa, onde o transporte público funcione, a escola tenha qualidade, os equipamentos de saúde sejam resolutivos, e ainda se enfrente as calamidades como chuvas, enchentes e epidemias, que proporcione áreas públicas de lazer e cultura, que estimule a cidadania e a participação democrática. Então, na prática, devem haver prioridades mas sem abandonar nenhum outro encargo municipal. Embora a maioria das pesquisas feitas com a população sempre indiquem que saúde e segurança pública sejam os principais problemas sentidos, acredito que atualmente será preciso responder prioritariamente ao quadro de crise social e desemprego que se alastra. A começar pelo aumento da população em situação de rua, que vêm ocorrendo em todas as cidades do país, independente do seu tamanho ou nível de desenvolvimento. 

Neste sentido, preocupa muito o fato de que com a estagnação da economia - talvez até recessão - a arrecadação das prefeituras despenque e justamente num momento em que é preciso fazer mais gasto público, os recursos sejam mais escassos. Os municípios já vinham sendo pressionados por receber mais responsabilidades e não receber aportes orçamentários correspondentes. Um novo pacto federativo é necessário no curto prazo.
Como o curso em vídeo que está sendo disponibilizado pode ajudar a pensar nestes e em outros temas?
O curso apresenta uma reflexão bastante abrangente dos principais temas que afetam a gestão municipal, inclusive o contexto geral em que estão inseridos. Vamos encontrar, nas aulas e entrevistas, tanto diagnósticos como problematizações e propostas, tratadas por pessoas que tem muita experiência e elaboração acumulados. É importante assistir todos os módulos para que se tenha uma visão integrada e multifacética da questão urbana e dos desafios atuais das nossas cidades.        

segunda-feira, 23 de março de 2020

Atividade História EJA 1º ano




1) Defina a localização da região conhecida como Mesopotâmia.
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2) Qual foi a importância dos Amoritas e dos Caldeus para a história da Mesopotâmia?
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3) Por que a região da Mesopotâmia foi palco de disputas entre tantos povos diferentes?
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Atividade História 2º ano EJA

Colégio Estadual Prof. Wilmar Gonçalves da Silva
Goiânia, ___ de ________ de 2020
Prof. Marcelo Junta - Sociologia

Aluno(a): ____________________________________ EJA: 2º ____

BRASIL PRÉ-COLONIAL

O Período Pré-Colonial compreende desde a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, até meados da década de 1530. Essa fase encerrou-se com a implantação do sistema de capitanias hereditárias e ficou conhecida dessa forma pela ausência de uma política de colonização e de ocupação por parte de Portugal em relação ao Brasil. Nessa época, houve ainda a predominância da exploração do pau-brasil e da instalação de feitorias no litoral brasileiro.

Antecedentes da chegada dos portugueses

A chegada dos portugueses ao Brasil estava relacionada com o pioneirismo de Portugal e, depois, da Espanha, durante o desenvolvimento das grandes navegações marítimas. Primeiramente, nesse processo, deve-se levar em consideração a consolidação da monarquia em Portugal no século XIV, a qual garantia maior centralização de poder e estabilidade política.

Essa centralização do poder garantiu a Portugal um crescimento da sua atividade mercantil, e isso está muito relacionado com a sua proximidade com importantes centros do mundo islâmico. Além disso, Lisboa recebeu grandes investimentos de genoveses, interessados em desenvolver o comércio daquela região.

O impulso comercial que esse território sofreu, aliado à condição geográfica da região, possibilitou aos portugueses o desenvolvimento da navegação marítima. Atribui-se também uma relativa importância da Escola de Sagres a essa expansão marítima portuguesa. A geografia, por seu lado, facilitava esse movimento pela posição peninsular de Portugal e pela sua proximidade com as ilhas atlânticas e com as correntes marítimas do Oceano Atlântico.

O processo de expansão marítimo português levou o país a realizar uma série de “descobertas”, com o achamento das ilhas atlânticas, ao longo do século XIV, como Madeira e Açores. Além disso, os portugueses conseguiram atravessar o Cabo da Boa Esperança, no litoral sul da África, em direção à Índia. Esse processo expansionista desembocou na chegada dos portugueses ao Brasil, após os espanhóis terem anunciado sua chegada na América em 1492.

Chegada dos portugueses ao Brasil

A chegada dos portugueses ao Brasil ocorreu com a expedição liderada por Pedro Álvares Cabral, composta por treze caravelas que partiram de Lisboa no dia 9 de março de 1500. Essa expedição tinha como destino final a Índia, porém, durante o trajeto, desviou-se do caminho original e acabou alcançando o Brasil, na região de Porto Seguro, em 22 de abril de 1500.

Existe um certo debate a respeito da intencionalidade da expedição de Pedro Álvares Cabral em sua vinda à América. Alguns historiadores afirmam que existia a intenção de Cabral em desviar-se do trajeto original. Outros especialistas, porém, discordam dessa ideia e afirmam que a chegada dos portugueses ao Brasil foi um evento ocasional.

A chegada dos portugueses ao Brasil iniciou o período conhecido como Pré-colonial, que foi caracterizado pelo aparente desinteresse de Portugal em relação às terras brasileiras. Isso ocorreu, sobretudo, porque o interesse da elite econômica portuguesa estava mais voltado ao desenvolvimento do comércio com a Índia, e por causa das dificuldades em averiguar as possibilidades econômicas do novo território.

Nesse momento, a política adotada pelos portugueses no Brasil foi a mesma implantada na costa do litoral africano, e, assim, incentivou-se a construção de feitorias, como as quatro construídas em Pernambuco, Cabo Frio, Rio de Janeiro e na Baía de Todos os Santos|1|. Essas feitorias funcionavam como entrepostos comerciais que armazenavam as mercadorias para serem transportadas para a Europa.

As primeiras iniciativas de exploração do território brasileiro foram entregues por Portugal para Fernão de Noronha, no período entre 1503 e 1505. Durante essas explorações, iniciou-se a principal atividade econômica do Brasil da fase pré-colonial: a exploração do pau-brasil. A rentabilidade dessa mercadoria devia-se, principalmente, à utilização da madeira para a produção de tinta. A exploração dessa matéria-prima seguiu como prática econômica no Brasil até o século XIX – apesar de ter sido mais intensa durante esse período exploratório inicial.

A extração do pau-brasil era feita com a mobilização do trabalho dos indígenas por meio do escambo. Os indígenas realizavam o corte e o transporte das toras da madeira até as feitorias e eram pagos por quinquilharias em geral, tais como espelhos, baús de metal, foices etc. Os nativos também forneciam aos portugueses mercadorias como a farinha.

Estabelecimento das capitanias hereditárias

O declínio do comércio com a Índia e as ameaças de invasões estrangeiras no Brasil, principalmente dos franceses, mobilizaram Portugal para ampliar a colonização do Brasil. A partir de 1534, o território brasileiro foi dividido em quinze capitanias, e sua administração foi entregue a pessoas da pequena nobreza de Portugal, que deveriam desenvolver e garantir a lucratividade de sua capitania.

Administração Colonial Brasileira

A partir de 1530, trinta anos após a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, começou o processo de colonização das terras brasileiras por Portugal. O país, chamado então de Reino ou Estado do Brasil, hoje tem essa época reconhecida como Brasil colônia ou apenas colônia. A Administração Colonial Brasileira feita pelos portugueses compreende os períodos entre esse início do século XVI até o começo do século XIX.

A necessidade da colonização tinha a ver com as necessidades econômicas de Portugal. Eles precisavam encontrar ouro e prata, além de descobrir quaisquer outras formas de receita, já que o comércio que realizavam no Oriente andava fraco. Outra razão também era as constantes invasões estrangeiras em território brasileiro, o que fez com que os portugueses buscassem na colonização uma forma de controle do local. As invasões consistiam principalmente em expedições da Holanda, Inglaterra e França, que queriam o pau-brasil encontrado por aqui, valioso para os europeus.

As capitanias hereditárias

Qualquer estudo da administração colonial brasileira vai se focar, a princípio, nas capitanias. O rei Dom João III implementou esse sistema em 1534, já conhecendo-o das colonizações africanas.

O território total do Brasil foi dividido em 15 partes, com linhas paralelas ao “círculo do Equador”. A divisão dos quinhões era feita desde o litoral até o meridiano de Tordesilhas, e cada parte era doada a um capitão-donatário. Eles possuíam direitos e deveres, que estavam dispostos em documentos como a Carta de Doação e o Foral. A maioria desses capitães era de funcionários civis ou militares, ou fidalgos.

Alguns dos direitos que as capitanias conferiam eram:

– Hereditariedade (as terras poderiam ser passadas de pai para filho)
– Administração local (incluindo gestão de justiça, da agricultura, dos impostos etc)
– Doação de sesmarias (terrenos abandonados)
– Aprofundamento da colonização (por exemplo, com a criação de vilas)
– Escravização de indígenas
– Exploração livre das minas

Esses direitos existiam como forma de atrair os donatários, já que o investimento nas capitanias seria exclusivamente deles – tudo isso foi criado porque Portugal não conseguiria colonizar o Brasil todo com os próprios recursos. Ainda assim, esse sistema não deu certo por uma série de razões.

- muitos donatários não tinham a capacidade.
- Falta de interesse de investir nas capitanias.
- havia uma distância muito grande entre a colônia e a metrópole portuguesa.
- uma grande quantidade de terras improdutivas.
- muita hostilidade por parte dos povos nativos, o que ocasionava diversos conflitos.

As únicas capitanias que deram certo foram as de Pernambuco e São Vicente, devido à sua boa produção de açúcar. Com o restante do sistema falhando, a administração colonial brasileira precisou encontrar outra maneira de seguir com a colonização.


ATIVIDADES DE FIXAÇÃO E AVALIAÇÃO

1) Qual a importância da centralização do poder em Portugal no século XIV?
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2) Quais fatores, além da centralização do poder, contribuíram para o desenvolvimentos comercial marítimo de Portugal?
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3) Por que durante o período, da história do Brasil, conhecido como Pré-colonial não houve o surgimento de cidades?
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4) Durante as Capitanias Hereditárias, quais eram os direitos do donatário?
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5) Quais fatores explicam o fracasso das Capitanias Hereditárias (exceto de Pernambuco e São Vicente)

Atividade História 3º anos EJA

Colégio Estadual Prof. Wilmar Gonçalves da Silva
Goiânia, ___ de ________ de 2020
Prof. Marcelo Junta - Sociologia

Aluno(a): ____________________________________ EJA: 3º ____


República da Espada
A República da Espada foi o período inicial da Primeira República Brasileira (1889 a 1930). Esse termo é usado para definir os dois governos militares que o Brasil teve nesse período. Os dois presidentes da República da Espada foram o marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891), em duas fases distintas (provisório e constitucional), e o marechal Floriano Peixoto (1891-1894), que assumiu após a renúncia de Deodoro.
Antecedentes
A República da Espada iniciou-se após a Proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889. Nesse dia, o governo monárquico brasileiro sofreu um golpe e foi substituído pelo modelo republicano. A Proclamação da República foi resultado da crescente insatisfação dos diferentes grupos políticos. As razões que levaram ao fim da monarquia no Brasil são explicadas, geralmente, a partir de três eixos.
Questão religiosa: simbolizou o afastamento entre Estado e Igreja após a prisão de dois bispos (um de Belém e o outro de Olinda) por desobediência civil após desrespeitarem ordem do imperador;
Questão militar: foi resultado do crescimento da insatisfação do exército após a Guerra do Paraguai. O exército não teve suas demandas atendidas pelo imperador e, por isso, passou a conspirar contra a ordem monárquica.
Questão escravocrata: simbolizou o afastamento entre escravocratas, sobretudo do Vale do Paraíba, e o Estado. Esse afastamento foi resultado da Lei Áurea, que prejudicou os interesses das classes escravocratas.
A junção desses fatores, além de outras questões que aumentavam o grau de insatisfação com a monarquia, fez da década de 1880 um período de crise política permanente. A monarquia brasileira não conseguia mais atender os interesses dos diferentes atores políticos, o que levou a uma demanda por uma alternativa de governo, nesse caso, a República.
O fortalecimento do republicanismo no Brasil mobilizou nomes importantes da época, que, em novembro de 1889, reuniram-se com o marechal Deodoro da Fonseca para que ele liderasse um golpe contra o governo. Deodoro da Fonseca era um monarquista, no entanto, como estava insatisfeito com o governo, aceitou liderar o golpe. No dia 15 de novembro de 1889, o gabinete ministerial foi deposto pelo golpe e, horas depois, José do Patrocínio proclamou a República.
A República da Espada
Uma vez proclamada a República, foi estabelecido um Governo Provisório. Deodoro da Fonseca foi o escolhido para ser o presidente provisório do Brasil. No entanto, enquanto esteve no poder provisoriamente, Deodoro deu demonstrações de autoritarismo, o que desagradou parte dos políticos, que logo agiram para que uma nova Constituição fosse redigida.
Uma Assembleia Constituinte nomeou cinco pessoas para redigir a nova Constituição brasileira. A nova Constituição foi revisada por Rui Barbosa e, após apreciação da Constituinte, foi aprovada e promulgada em 24 de fevereiro de 1891. A Constituição de 1891 trouxe mudanças importantes para o Brasil:
Federalismo: esse sistema permitia um maior grau de autonomia para os (agora nomeados) estados;
Sufrágio universal masculino: homens maiores de 21 anos alfabetizados e que não fossem mendigos ou soldados rasos tinham direito ao voto. Mulheres não poderiam votar;
Presidencialismo: foi estabelecido o cargo de presidente como o representante máximo do Executivo no Brasil. O presidente seria eleito em voto direto para um mandato de quatro anos.
Após a promulgação da nova Constituição, foram realizadas eleições indiretas, que elegeram Deodoro da Fonseca como presidente do Brasil, agora para o seu mandato constitucional. No entanto, durante esse mandato, Deodoro seguiu sua linha autoritária e tomou posturas que levaram ao confronto político contra o Congresso brasileiro.
Em 3 de novembro de 1891, Deodoro decretou o fechamento do Congresso e convocou novas eleições para compor um novo Congresso. Além disso, informou que alterações seriam feitas na Constituição para garantir o fortalecimento do poder Executivo em detrimento dos outros poderes (Legislativo e Judiciário).
As medidas de Deodoro geraram uma forte reação, sobretudo dos políticos defensores de Floriano Peixoto e membros da Marinha. O presidente brasileiro foi obrigado a renunciar no dia 23 de novembro do mesmo ano. O sucessor de Deodoro na presidência foi seu vice, o marechal Floriano Peixoto.
Durante o governo de Floriano Peixoto, os grandes destaques foram as revoltas que se iniciaram em diferentes partes do Brasil e que demandaram intervenções diretas do governo. A repressão do governo contra esses movimentos rendeu a Floriano a alcunha de “marechal de ferro”. Os dois movimentos foram a Revolução Federalista e a Revolta da Armada.
A Revolução Federalista (1893-1895) foi resultado de uma disputa entre grupos políticos do Rio Grande do Sul. Um grupo defensor do parlamentarismo iniciou uma luta contra os federalistas locais. O governo brasileiro posicionou-se do lado dos federalistas nesse conflito que rendeu 10 mil mortos. Posteriormente, os confrontos estenderam-se para Santa Catarina e Paraná. O grupo apoiado pelo governo saiu vitorioso.
A Revolta da Armada (1893-1894), por sua vez, foi uma rebelião de parte da Marinha, que invadiu embarcações, apontou-as para o Rio de Janeiro e bombardeou a cidade. Essa rebelião é vista pelos historiadores como uma reação dos monarquistas contra o governo de Floriano Peixoto (a Marinha era um reduto que possuía grande número de monarquistas).
Posteriormente, os envolvidos com a Revolta da Armada moveram-se para a região de Santa Catarina e aliaram-se com os liberais defensores do parlamentarismo que lutavam contra os federalistas na Revolução Federalista. O movimento, no entanto, fracassou e enfraqueceu definitivamente o monarquismo no Brasil.
Encilhamento
Além da crise política, a República da Espada também foi marcada por uma forte crise econômica. Essa crise econômica foi resultado da política que Rui Barbosa implantou na economia brasileira. Rui Barbosa, Ministro da Fazenda, permitiu que bancos privados emitissem papel-moeda e facilitou o acesso ao crédito como formas de impulsionar a economia.
Os resultados foram desastrosos, e a economia brasileira enfrentou desvalorização da moeda, aumento na especulação financeira e aumento da inflação. Os efeitos do Encilhamento só foram contidos por volta de 1897, durante o governo de Prudente de Morais. A crise na economia brasileira estava inserida no contexto de crise mundial do capitalismo, que se estendia desde 1873.

Atividade de fixação e avaliação
1)      A vitória do regime republicano no Brasil (1889) e a consequente derrubada da monarquia podem ser explicadas, levando-se em conta diversos fatores. Entre eles, explique:
a)  a importância do Partido Republicano.
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b) o papel dos militares apoiados nas ideias positivistas.
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2) “Havia no Brasil pelo menos três correntes que disputavam a definição da natureza do novo regime: o liberalismo à americana, o jacobinismo à francesa e o positivismo de Augusto Conte, defendido por Benjamin Constant. As três correntes combateram-se intensamente nos anos iniciais da República até a vitória de uma delas”
Fonte: CARVALHO, José Murilo. A Formação das Almas – O imaginário da República no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1990, pp. 9-11. 
A corrente vencedora foi: 
a)       A corrente Positivista de Benjamin Constant.
b)      A corrente Liberal Americana.
c)       A corrente Jacobina Francesa.
d)      Um misto das correntes Positivista e Jacobina.

3) "O instrumento clássico de legitimação de regimes políticos no mundo moderno é, naturalmente, a ideologia, a justificação racional da organização do poder. Havia no Brasil pelo menos três correntes que disputavam a definição da natureza do novo regime: o liberalismo à americana [Alberto Salles], o jacobinismo à francesa [Floriano Peixoto] e o positivismo [Miguel Lemos]. As três correntes combateram-se intensamente nos anos iniciais da República, até a vitória da primeira delas, por volta da virada do século"
CARVALHO, J. M. de. A Formação das Almas - o imaginário da República no Brasil. S. Paulo, Companhia das Letras, 1990, p. 9. (Adaptado)
Com base no texto, analise o projeto de República proposto por cada uma das correntes mencionadas.
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4) Com a proclamação da República no Brasil, as antigas províncias receberam a denominação de estados. A mudança de província no Império para estado na primeira República não foi somente questão de nomenclatura, considerando que:
a)       os presidentes das províncias indicavam o primeiro ministro no parlamentarismo brasileiro e os estados eram administrados por interventores nomeados pelo presidente.
b)      os governantes das províncias eram membros das famílias tradicionais da sociedade local e os presidentes dos estados atendiam aos interesses gerais da nação.
c)       os presidentes das províncias exerciam um mandato de quatro anos, enquanto na presidência dos estados havia grande rotatividade política provocada por lutas partidárias.
d)      as províncias substituíam o poder central na manutenção da integridade territorial do país, enquanto os estados delegavam essa função ao presidente da república.
e)      os presidentes das províncias eram indicados pelo poder central, enquanto os presidentes dos estados eram eleitos pelas situações políticas e sociais regionais.


SOCIOLOGIA - TEORIA DO SUBDESENVOLVIMENTO E TEORIA DA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA


Colégio Estadual Prof. Wilmar Gonçalves da Silva

Goiânia, ___ de ________ de 2020
Prof. Marcelo Junta - Sociologia
Aluno(a): ____________________________________ Série: 2º ____


QUESTÃO 01 –
A respeito das características da dependência econômica que atinge os países no nível de subdesenvolvimento, julgue as proposições abaixo:
I) A dependência econômica encontra-se no fato de que, historicamente, as nações mais pobres vivem da exportação de produtos primários, que, via de regra, possuem menor valor agregado que os produtos industrializados.
II) A dependência econômica dos países subdesenvolvidos em relação aos que estão no topo do nível de desenvolvimento se dá essencialmente por fatores pontuais e internos. A história da construção da economia dos países subdesenvolvidos possui um peso insignificante. São nações que devem resolver seus problemas internos e, assim, estarão plenamente prontas para alcançar um nível econômico de dominação.
III) O principal problema que envolve os países subdesenvolvidos é de ordem econômica, em que se observa uma elevada dependência desses para com outras nações, sobretudo aquelas consideradas desenvolvidas.
IV) Nesse quadro de dependência econômica estão problemas relacionados com a concentração fundiária, que direciona os ganhos das exportações para os grandes latifundiários, propiciando a elevação da concentração de renda.
V) A dependência expressa-se pela elevada dívida externa existente nos países periféricos. Em geral, parte das receitas adquiridas por esses países destina-se ao pagamento de dívidas para instituições financeiras – como o FMI e o Banco Mundial –, o que atrapalha na hora do uso da verba pública para investimentos sociais.
Estão corretas as alternativas:
a) I, II, III e V.
b) II, IV e V.
c) I, II, III e V.
d) I, III, IV e V.
e) II, III, IV e V.

QUESTÃO 02 -
Não é correto afirmar que o subdesenvolvimento é uma ausência de desenvolvimento, mas, sim, a incompletude deste. Dessa forma, existem alguns critérios que definem se um país é ou não é subdesenvolvido. As afirmativas abaixo correspondem a esses critérios, exceto:
a) Problemas sociais.
b) Expectativa de vida elevada.
c) Baixos índices de industrialização.
d) Dependência econômica e tecnológica.
e) Problemas com infraestrutura.

QUESTÃO 03 -
Essa questão é recorrente aos problemas relacionados à Divisão Internacional do Trabalho, em que os países periféricos exportam matérias-primas e produtos industrializados de baixa tecnologia e importam produtos tecnológicos ou sistemas de tecnologia, geralmente vinculados à instalação de grandes empresas multinacionais.”
A que característica dos países subdesenvolvidos faz referência o fragmento acima?
a) Dependência econômica
b) Problemas em infraestrutura
c) Baixos índices de industrialização
d) Dependência tecnológica
e) Problemas sociais

QUESTÃO 04 -
Uma das características mais expressivas e preocupantes do subdesenvolvimento são os chamados problemas sociais, que resultam de processos históricos e da dependência em relação aos países que detêm o domínio econômico. A respeito dessa característica, avalie as questões abaixo:
I) Há cada vez mais capital sendo acumulado por cada vez menos pessoas, tanto em termos de finanças quanto em termos de posses urbanas e rurais. Tal fator é um agravo às condições de miséria, fome e baixa capacidade produtiva de uma dada região ou território.
II) Outro fator que agrava os problemas sociais é a grande disparidade econômica atualmente existente. Os países subdesenvolvidos, por questões principalmente políticas, não promovem uma distribuição de renda em suas economias internas.
III) Os países subdesenvolvidos passaram por processos de industrialização e urbanização tardios, ou seja, ocorreram apenas recentemente e fazem com que os países pobres sofram com problemas urbanos que os países desenvolvidos tiverem de enfrentar nos séculos XVIII, XIX e XX.
IV) Os problemas sociais nos países subdesenvolvidos são integralmente resultados de políticas públicas ineficientes e da má gestão dos recursos financeiros por parte dos representantes da sociedade no Legislativo e Executivo.
V) Os problemas relacionados com a industrialização e urbanização tardias nos países subdesenvolvidos são amenizados pela grande capacidade financeira que esses países possuem para emancipar suas realidades.
Estão corretas as alternativas:
a) I, II e V.
b) II, IV e V.
c) I, II e III.
d) I, IV e V.
e) I, III, IV e V.

QUESTÃO 05 -
Além de haver graves problemas internos, somados a perspectivas conservadoras das economias – como a preferência de centrar a economia na exportação de matéria-prima –, existem também fatores históricos que se tornaram o grande cerne para a condição de subdesenvolvimento que afeta a maior parte dos países. A respeito desses fatores históricos, estão corretas as afirmativas abaixo, exceto:

a) A primeira etapa da Revolução Industrial, que ocorreu simultaneamente em nações desenvolvidas e subdesenvolvidas, ocasionou uma paridade de condições na corrida pela emancipação econômica, o que deu condições para que os países pobres emergissem. Entretanto, por conta da má gestão dos recursos vindos da produção industrial, essa oportunidade não foi aproveitada.
b) Quanto ao imperialismo, trata-se de uma continuação do colonialismo – ou do neocolonialismo, no caso dos países africanos –, em que territórios foram disputados e divididos, e áreas de influência até hoje são requisitadas.
c) Durante o processo europeu de expansão marítimo-comercial, o capitalismo expandiu-se e a Divisão Internacional do Trabalho estabeleceu-se. As colônias forneciam produtos primários, como especiarias e materiais agropecuários, e as metrópoles produziam e exportavam produtos manufaturados e, posteriormente, industrializados.
d) Essas ações, como as realizadas pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria e em outros períodos históricos, serviram para garantir que não houvesse uma emancipação econômica dos países pobres a fim de evitar um aumento da concorrência no mercado internacional.
e) A exploração dos recursos e as grandes dívidas que as antigas colônias herdaram de suas metrópoles também estão na origem das condições de dependência econômica e de subdesenvolvimento.