segunda-feira, 23 de março de 2020

Atividade História 2º ano EJA

Colégio Estadual Prof. Wilmar Gonçalves da Silva
Goiânia, ___ de ________ de 2020
Prof. Marcelo Junta - Sociologia

Aluno(a): ____________________________________ EJA: 2º ____

BRASIL PRÉ-COLONIAL

O Período Pré-Colonial compreende desde a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, até meados da década de 1530. Essa fase encerrou-se com a implantação do sistema de capitanias hereditárias e ficou conhecida dessa forma pela ausência de uma política de colonização e de ocupação por parte de Portugal em relação ao Brasil. Nessa época, houve ainda a predominância da exploração do pau-brasil e da instalação de feitorias no litoral brasileiro.

Antecedentes da chegada dos portugueses

A chegada dos portugueses ao Brasil estava relacionada com o pioneirismo de Portugal e, depois, da Espanha, durante o desenvolvimento das grandes navegações marítimas. Primeiramente, nesse processo, deve-se levar em consideração a consolidação da monarquia em Portugal no século XIV, a qual garantia maior centralização de poder e estabilidade política.

Essa centralização do poder garantiu a Portugal um crescimento da sua atividade mercantil, e isso está muito relacionado com a sua proximidade com importantes centros do mundo islâmico. Além disso, Lisboa recebeu grandes investimentos de genoveses, interessados em desenvolver o comércio daquela região.

O impulso comercial que esse território sofreu, aliado à condição geográfica da região, possibilitou aos portugueses o desenvolvimento da navegação marítima. Atribui-se também uma relativa importância da Escola de Sagres a essa expansão marítima portuguesa. A geografia, por seu lado, facilitava esse movimento pela posição peninsular de Portugal e pela sua proximidade com as ilhas atlânticas e com as correntes marítimas do Oceano Atlântico.

O processo de expansão marítimo português levou o país a realizar uma série de “descobertas”, com o achamento das ilhas atlânticas, ao longo do século XIV, como Madeira e Açores. Além disso, os portugueses conseguiram atravessar o Cabo da Boa Esperança, no litoral sul da África, em direção à Índia. Esse processo expansionista desembocou na chegada dos portugueses ao Brasil, após os espanhóis terem anunciado sua chegada na América em 1492.

Chegada dos portugueses ao Brasil

A chegada dos portugueses ao Brasil ocorreu com a expedição liderada por Pedro Álvares Cabral, composta por treze caravelas que partiram de Lisboa no dia 9 de março de 1500. Essa expedição tinha como destino final a Índia, porém, durante o trajeto, desviou-se do caminho original e acabou alcançando o Brasil, na região de Porto Seguro, em 22 de abril de 1500.

Existe um certo debate a respeito da intencionalidade da expedição de Pedro Álvares Cabral em sua vinda à América. Alguns historiadores afirmam que existia a intenção de Cabral em desviar-se do trajeto original. Outros especialistas, porém, discordam dessa ideia e afirmam que a chegada dos portugueses ao Brasil foi um evento ocasional.

A chegada dos portugueses ao Brasil iniciou o período conhecido como Pré-colonial, que foi caracterizado pelo aparente desinteresse de Portugal em relação às terras brasileiras. Isso ocorreu, sobretudo, porque o interesse da elite econômica portuguesa estava mais voltado ao desenvolvimento do comércio com a Índia, e por causa das dificuldades em averiguar as possibilidades econômicas do novo território.

Nesse momento, a política adotada pelos portugueses no Brasil foi a mesma implantada na costa do litoral africano, e, assim, incentivou-se a construção de feitorias, como as quatro construídas em Pernambuco, Cabo Frio, Rio de Janeiro e na Baía de Todos os Santos|1|. Essas feitorias funcionavam como entrepostos comerciais que armazenavam as mercadorias para serem transportadas para a Europa.

As primeiras iniciativas de exploração do território brasileiro foram entregues por Portugal para Fernão de Noronha, no período entre 1503 e 1505. Durante essas explorações, iniciou-se a principal atividade econômica do Brasil da fase pré-colonial: a exploração do pau-brasil. A rentabilidade dessa mercadoria devia-se, principalmente, à utilização da madeira para a produção de tinta. A exploração dessa matéria-prima seguiu como prática econômica no Brasil até o século XIX – apesar de ter sido mais intensa durante esse período exploratório inicial.

A extração do pau-brasil era feita com a mobilização do trabalho dos indígenas por meio do escambo. Os indígenas realizavam o corte e o transporte das toras da madeira até as feitorias e eram pagos por quinquilharias em geral, tais como espelhos, baús de metal, foices etc. Os nativos também forneciam aos portugueses mercadorias como a farinha.

Estabelecimento das capitanias hereditárias

O declínio do comércio com a Índia e as ameaças de invasões estrangeiras no Brasil, principalmente dos franceses, mobilizaram Portugal para ampliar a colonização do Brasil. A partir de 1534, o território brasileiro foi dividido em quinze capitanias, e sua administração foi entregue a pessoas da pequena nobreza de Portugal, que deveriam desenvolver e garantir a lucratividade de sua capitania.

Administração Colonial Brasileira

A partir de 1530, trinta anos após a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, começou o processo de colonização das terras brasileiras por Portugal. O país, chamado então de Reino ou Estado do Brasil, hoje tem essa época reconhecida como Brasil colônia ou apenas colônia. A Administração Colonial Brasileira feita pelos portugueses compreende os períodos entre esse início do século XVI até o começo do século XIX.

A necessidade da colonização tinha a ver com as necessidades econômicas de Portugal. Eles precisavam encontrar ouro e prata, além de descobrir quaisquer outras formas de receita, já que o comércio que realizavam no Oriente andava fraco. Outra razão também era as constantes invasões estrangeiras em território brasileiro, o que fez com que os portugueses buscassem na colonização uma forma de controle do local. As invasões consistiam principalmente em expedições da Holanda, Inglaterra e França, que queriam o pau-brasil encontrado por aqui, valioso para os europeus.

As capitanias hereditárias

Qualquer estudo da administração colonial brasileira vai se focar, a princípio, nas capitanias. O rei Dom João III implementou esse sistema em 1534, já conhecendo-o das colonizações africanas.

O território total do Brasil foi dividido em 15 partes, com linhas paralelas ao “círculo do Equador”. A divisão dos quinhões era feita desde o litoral até o meridiano de Tordesilhas, e cada parte era doada a um capitão-donatário. Eles possuíam direitos e deveres, que estavam dispostos em documentos como a Carta de Doação e o Foral. A maioria desses capitães era de funcionários civis ou militares, ou fidalgos.

Alguns dos direitos que as capitanias conferiam eram:

– Hereditariedade (as terras poderiam ser passadas de pai para filho)
– Administração local (incluindo gestão de justiça, da agricultura, dos impostos etc)
– Doação de sesmarias (terrenos abandonados)
– Aprofundamento da colonização (por exemplo, com a criação de vilas)
– Escravização de indígenas
– Exploração livre das minas

Esses direitos existiam como forma de atrair os donatários, já que o investimento nas capitanias seria exclusivamente deles – tudo isso foi criado porque Portugal não conseguiria colonizar o Brasil todo com os próprios recursos. Ainda assim, esse sistema não deu certo por uma série de razões.

- muitos donatários não tinham a capacidade.
- Falta de interesse de investir nas capitanias.
- havia uma distância muito grande entre a colônia e a metrópole portuguesa.
- uma grande quantidade de terras improdutivas.
- muita hostilidade por parte dos povos nativos, o que ocasionava diversos conflitos.

As únicas capitanias que deram certo foram as de Pernambuco e São Vicente, devido à sua boa produção de açúcar. Com o restante do sistema falhando, a administração colonial brasileira precisou encontrar outra maneira de seguir com a colonização.


ATIVIDADES DE FIXAÇÃO E AVALIAÇÃO

1) Qual a importância da centralização do poder em Portugal no século XIV?
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2) Quais fatores, além da centralização do poder, contribuíram para o desenvolvimentos comercial marítimo de Portugal?
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3) Por que durante o período, da história do Brasil, conhecido como Pré-colonial não houve o surgimento de cidades?
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4) Durante as Capitanias Hereditárias, quais eram os direitos do donatário?
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5) Quais fatores explicam o fracasso das Capitanias Hereditárias (exceto de Pernambuco e São Vicente)

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