quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO: UMA CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL DAS SOCIEDADES HUMANAS


       Há milhares de anos os seres humanos buscam compreender o mundo e os fenômenos que ocorrem em seu dia a dia.
       Para cada problemas encontrado buscava-se uma solução.
       Até o final da Idade Média, essa busca por conhecimento e soluções não acontecia em relação às transformações e aos conflitos sociais, que eram entendidos como fenômenos naturais ou resultados da providência divina. Nesse caso, não cabia à humanidade interferir.
       Uma realidade na qual não se pode interferir não é vivida como um problema, mas como um destino.
       Após século XVIII, a sociedade e os fenômenos sociais começaram a ser problematizados e vistos como uma construção humana, portanto, passível de ser transformada, destruída ou reconstruída.
       Essa transformação pode ser realizada a partir de objetivos traçados pela própria sociedade.
       O contexto social e político que mudou o modo como as sociedades ocidentais olhavam para si mesmas e as transformou em objeto de estudo científico foi uma processo histórico que envolveu a Revolução Industrial e Francesa.
       Ao conhecimento religioso e filosófico construído ao longo da história foi acrescentado outro modo de compreender a realidade social, o Conhecimento Científico.
       No contexto marcado pelas transformações radicais das revoluções que surgiu a Sociologia, ciência que tem como objetivo compreender os conflitos, as permanências e as transformações das sociedades contemporâneas.
       AS DIFERENTES FORMAS DE CONHECIMENTO:
       A espécie humana não se limita apenas a sobreviver no mundo, mas também procura entendê-lo e modificá-lo de acordo com as diferentes formas como percebe a realidade.
       Articulação entre a realidade objetiva e subjetiva que é a matriz que constrói o conhecimento.
       Conhecimento é toda a compreensão e prática adquiridas, cuja memória e transmissão permitem lidar bem com as tarefas do dia a dia, portanto todos somos capazes de produzir conhecimento, mas existem diferenças de acordo com a forma como esse conhecimento é produzido.
       CONHECIMENTO RELIGIOSO
       É um conhecimento sustentado pela crença na existência de uma realidade exterior ao mundo que influencia a percepção e a explicação da realidade social. Seus ensinamentos orientam uma compreensão e prática da vida fundamentada nos princípios religiosos.
       CONHECIMENTO FILOSÓFICO
       Procura explicar o universo, empreendendo um esforço para dar sentido racional aos mistérios do mundo.
       Ainda que seus resultados não precisem ser comprovados em testes de verificação, não podem deixar de obedecer aos princípios da razão.
       Ao buscar a essência, e significação e a origem das coisas, esse conhecimento se vale do pensamento racional e da lógica para justificar e sistematizar e que produz.
       CONHECIMENTO DE SENSO COMUM
       Conhecimento fundamentado apenas na experiência, ou na experiência que nos é transmitida. É o conhecimento vulgar e prático que, no cotidiano, orienta nossas ações e lhes dá sentido.
       CONHECIMENTO CIETÍFICO
       É resultado da busca constante por explicações sobre os diferentes eventos que acontecem em nosso mundo. No entanto, essas explicações precisam ser construídas mediante a rigorosa execução de um método organizado com base em teorias coerentes e socialmente aceitas.
       Ciência e Senso Comum
       Aqueles que consideram a ciência um conhecimento hierarquicamente superior ao conhecimento Senso Comum.
       A quem consideram complementares os dois tipos de conhecimento.
       Para Pedro Demo a pesquisa é o modo pelo qual se conhece a realidade.
       A pesquisa é ainda uma característica fundamental da ciência.
       O senso comum aceita a realidade sem questionamentos ou pesquisa que o ponham à prova.
       Os defensores da oposição entre ciência e senso comum destacam a ciência como conhecimento neutro e racional, enquanto o senso comum é visto como um olhar parcial e irracional sobre a realidade.
       A defesa da ciência como único conhecimento válido e aceito e a crítica aos outros meios de explicação do mundo.
Ø   Positivismo – ciência é o único conhecimento útil a ser perseguido pela humanidade, a única maneira de investigar e conhecer a realidade e resolver os problemas que a impediriam de atingir a sua plenitude).
       Existem aqueles que consideram a ciência e o senso comum conhecimentos complementares.
       Boaventura de Souza Santos afirma que a oposição entre ciência e senso comum se justificou nos séculos XVIII e XIX. Na atualidade tal oposição não se justifica mais e deve ser substituída por uma aproximação que transforme tanto o senso comum quanto a ciência.
       Todo conhecimento científico teria por objetivo converter-se em senso comum, assim, em um tempo no qual a ciência se tornasse popular, o senso comum também passaria a adquirir um novo caráter, mais crítico e menos receptivo a verdades prontas que não apresentassem fundamentos racionais.
       Segundo Paulo Freire, não há produção de conhecimento sem que haja conexão entre o sujeito que a produz e sua realidade social. Isso significa que o senso comum determina o alcance e o tipo de conhecimento produzido.
       A contribuição da Sociologia para a interpretação da sociedade contemporânea
       O estabelecimento da ciência como principal meio de explicar o mundo influenciou o modo como a realidade social passou a ser interpretada.
       No momento em que os problemas da sociedade passam a ser percebidos como passíveis de solução, ela se torna objeto de estudo científico.
       MÉTODOS DE ANÁLISE SOCIOLÓGICA DA REALIDADE SOCIAL
       O funcionalismo ou método comparativo (Émile Durkheim)
       O método comparativo constitui uma adaptação do método experimental das Ciência Naturais à análise da realidade social.
       O método experimental é constituído de etapas: a observação de um fenômeno, a formulação de hipóteses e as experiências controladas, com o objetivo de comprovar as hipóteses.
       O funcionalismo defende que todas as práticas sociais tem função na sociedade, assim como cada um dos órgãos humanos, como o coração e o pulmão, contribui para manter um indivíduo vivo.
       Na análise funcionalista há interdependência de todos os elementos de um sistema social.
       A análise sociológica deve considerar os fenômenos particulares do ponte de vista de sua integração ao conjunto da sociedade.


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