O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta quinta-feira (22) que manterá uma reunião com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, já que o Brasil resolveu todas as questões relacionadas ao abastecimento do avião da delegação russa.
12:40
22.02.2024 (atualizado: 13:45 22.02.2024)
"Acontece que aqui no Brasil praticamente não existem empresas que abastecem aeronaves que não sejam de propriedade de corporações ocidentais. Mas quero destacar a atuação dos anfitriões brasileiros, que fizeram de tudo para resolver essa questão. Essa reunião [com o presidente Lula] acontecerá hoje", disse Lavrov aos jornalistas, ao comentar relatos de que o voo do ministro para uma reunião com Lula estava em questão devido à falta de garantias de combustível de um distribuidor local.
Lavrov disse ainda que não manteve nenhum contato com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ou com o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, durante a reunião ministerial do G20 no Brasil.
"Não, eu não procurei esses contatos. Eles aparentemente seguiram o acordo de evitar a comunicação com a nossa delegação de todas as maneiras possíveis", disse Lavrov aos repórteres.
Ainda segundo o ministro, os Estados Unidos não fizeram quaisquer propostas sérias relativamente ao diálogo sobre estabilidade estratégica para a Rússia e Moscou está pronto para tais conversações com Washington.
"Não houve propostas sérias dos norte-americanos, houve uma abordagem que dizia: 'Bom, você interrompeu a operação do Tratado sobre a Redução de Armas Ofensivas Estratégicas, acreditamos que isso está errado, então vamos retomar as inspeções, queremos ir até você e ver como estão as coisas e em que condições as instalações estratégicas são mantidas', mas não funciona dessa forma", disse Lavrov aos jornalistas.
A Rússia continua
pronta para conversações de estabilidade estratégica com os EUA, mas
precisa de incluir todos os pontos sem exceções, acrescentou
Lavrov.
Para além disso, o
chanceler também comentou a reação do Ocidente à morte do
político da oposição russo Aleksei Navalny.
"Essa histeria sobre a morte de Navalny mostrou decisivamente que, e nem quero comentar em detalhes, essas pessoas não têm o direito de interferir em nossos assuntos internos, especialmente porque eles mesmos têm seus próprios problemas com [o fundador do WikiLeaks] Julian Assange, com [o jornalista norte-americano] Gonzalo Lira, que morreu torturado em uma prisão ucraniana, e nem os norte-americanos nem qualquer outra figura ocidental comentou isso de forma alguma", disse Lavrov aos jornalistas.
No início do dia, o governo do Reino Unido anunciou que havia acrescentado seis membros do conselho de administração da Novatek (empresa russa de energia) à lista atualizada de sanções contra a Rússia. As novas sanções também visam fabricantes de munições, empresas de eletrônica, empresas no comércio de diamantes e petróleo, entre outras, segundo o comunicado. Provocado por jornalistas a responder ao comunicado emitido pelo governo britânico, o chanceler disse que o Kremlin deve responder com ações.
"Responderemos com ações. E com ações que dizem respeito ao desenvolvimento da nossa própria economia. Desenvolvimento e reforço dos laços com parceiros que, ao contrário da minoria ocidental, que continua a pensar em categorias coloniais e neocoloniais, são capazes de chegar a acordos", declarou o ministro.
Fonte:
https://www.blogger.com/blog/post/edit/432641282908610651/7252660744656900367
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