segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A desigualdade no Brasil

Tempos difíceis no mundo e no Brasil. Crise econômica profunda, desemprego, arrocho salarial, precarização dos direitos, violência crescente, migrantes em fuga, xenofobia, descontentamento com as instituições e insatisfação com a política compõem uma lista e tanto, mas são apenas parte dos problemas. Em busca de solução, há o desafio de entender o que está acontecendo, identificar causas e consequências. E há um desafio maior ainda que é transformar, pelo conhecimento, os problemas em questões que mobilizem a sociedade para atuar e intervir.

"Não há determinismo econômico na distribuição da renda e da riqueza, pois esta é uma construção histórica, feita em sociedade e, por isso, política. O debate sobre o que é justo e sobre as escolhas coletivas fazem parte do jogo social"

A desigualdade é uma das questões mais complicadas e a causa estrutural da maioria dos problemas que vivemos. Nasce na sociedade com e devido ao modo pelo qual se produz e distribui riqueza e renda. É isso que diz Thomaz Piketty no livro O capital no século XXI. Como afirma o autor, não há determinismo econômico na distribuição da renda e da riqueza, pois esta é uma construção histórica, feita em sociedade e, por isso, política. O debate sobre o que é justo e sobre as escolhas coletivas fazem parte do jogo social.

Recentemente (maio),a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulgou, pela primeira vez, breve estudo com base nos dados do Imposto de Renda da Pessoa Física 2014-2015 (Relatório da Distribuição Pessoal da Renda e da Riqueza da População Brasileira). Disponível do site do Ministério, o trabalho permite uma comparação com os dados produzidos por Piketty.

O estudo analisa os dados do imposto de renda de 26,5 milhões de pessoas, de um universo de 101 milhões que trabalharam nesse período, ou seja, um quarto desse contingente. Examina o rendimento e a riqueza (bens e direitos) por faixa de salários mínimos e por decil e centil de renda(como se dividíssemos o grupo de 26,7 milhões em 10, 100 ou 1.000 grupos de igual tamanho).

As 26,7 mil pessoas que estão no topo da pirâmide detêm 6% de toda a renda e riqueza daqueles que declararam o imposto de renda. Este grupo ganha 6.100% a mais do que a renda média dos que declararam imposto de renda e têm um volume de riqueza (bens e direitos) 6.450% superior à média dos declarantes. Os dados para os 1% ou 5% mais ricos também são revoltantes.

Considere que esses dados comparam a renda e a riqueza entre aqueles que declaram imposto de renda. Há, porém,75 milhões de pessoas que estão no mundo do trabalho e não fazem declaração de IR, a grande maioria, justamente porque possui renda muito baixa. Incluindo-os na comparação, a desigualdade aumentará muito.

Considere ainda que esse dado trata de cada CPF, ou seja, de cada pessoa e que os ricos distribuem riqueza e renda entre os CPFs da família. Agregando CPFs de uma família, são obtidos números ainda mais assustadores de concentração de renda e riqueza num mesmo núcleo. E se for considerado ainda que se trata da renda e da riqueza de pessoas físicas e que os ricos detêm muito mais patrimônio e renda (lucro) como pessoas jurídicas, os números aumentam mais e mais.

Levando em consideração ainda que muitos ricos, como revelam as operações denunciadas em paraísos fiscais, deixam parte relevante da riqueza escondida do fisco naqueles países, a riqueza dessas pessoas chega à estratosfera. Para expressar qualquer opinião sintética sobre essa situação toda, é necessário um longo e sonoro palavrão.

A desigualdade revelada nesse importante relatório é de obrigatório conhecimento, pois é essencial para fundamentar uma atuação incisiva para a tributação sobre a renda, a riqueza e os dividendos. Há outros importantíssimos estudos sobre o tema, que valem comentários em outras oportunidades.

Com o trabalho é produzida muita renda e riqueza, que poderiam gerar bem-estar e qualidade de vida para todos. Mas o que acontece, o que se cria, é essa absurda desigualdade, que produz muitos dos problemas que abrem esse artigo. É fundamental atuar, intervir e transformar esse quadro perverso.

Clemente Ganz Lucio é sociólogo,
diretor técnico do Dieese,
membro do Conselho de
Desenvolvimento Econômico

e Social (CDES)

5 comentários:

  1. Desigualdade no Brasil ou País com ausência de honestidade? O que o texto trás à tona é a hipocrisia da classe "alta" por enganar e distribuir bens entre agregados para diminuir o famoso imposto de renda que cobra a mesma quantidade de imposto de uma pessoa pobre e entre uma rica, isso é notório sempre em locais de cobrança jurídica por tarefa. Sendo assim perceba quê: A desigualdade social existe e perpetuará entre os brasileiros e a maioria das pessoas do mundo onde vivem em uma globalização capitalista, entretanto neste país, como citado no texto, que sofre de corrupção e crise política entre nossos governantes existirá a extrema diferença entre os cidadãos financeiramente, onde poucos ganham muito e muitos ganham pouquíssimo. Cite-mos um exemplo prático de uma "boa gerência" no estado de Goiás existe o representante Marconi Perillo como Governador, no início da crise econômica no país se destacou na criação de empregos, movimentação financeira e aumento nas planilhas de desenvolvimento enquanto à maioria dos outros 26 estados brasileiros entravam em decadência tudo isso sugerido pelos jornais O Popular, Diário da Manhã e G1. Não vamos criar a expectativa daquele ditado de que "rouba, mas faz" pois apesar de várias acusações nunca foi realmente constatado que existiu envolvimento corrupto deste governador e antes de mais nada não é uma superestimação de tal também, pois particularmente não existe uma simpatia pessoal com o mesmo. Porém como justificar que o Brasil sem uma regência mudará? Eu acredito que a desigualdade é importante para gerar competitividade entre as pessoas estimulando o crescimento social e pessoal do indivíduo, mas é necessário que haja pessoas capacitadas para liderar-nos e para amparar os de baixa renda não sustentando-os e sim os preparando e introduzindo ao mercado de trabalho. Os crimes que envolvem CPF's e declarações de Imposto de renda sejam eles por falta de equidade ou desleixo da justiça são só reflexos das escolhas que fazemos como cidadãos onde parecemos não saber exercer nossas função de eleger um líder competente.

    Aluna do Lays Luisa Castro Gama de Lima - nª 16 Serie/Turma : 3ª B
    CPMG - Hugo
    (Segundo comentário já feito no site)

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  2. Série/Turma:1M
    Aluno:Adrian Soares de Almeida
    Número:1

    A desigualdade no Brasil é algo que vem afetando a população gradativamente e certamente os responsáveis por isso não se importam com o bem estar da população porque o que gera essa desigualdade é falta de acesso a educação de qualidade,politica fiscal injusta,baixos salários,dificuldade de acesso aos serviços básicos: saúde,transporte público e saneamento básico.
    Decorrente da má distribuição de renda,as consequências da desigualdade social no Brasil são observadas pela: favelização,pobreza,miseria,desemprego,desnutricao,marginalizacao e violência e como podemos notar a renda e má distribuída e isso afeta os mais pobres pois tira seus benefícios como bens e direitos se levar em conta muitos ricos possuem contas bancárias pelos países afora com o intuito de deixar suas riquezas escondidas caso sem pegos em operações como denunciadas em paraísos.
    A desigualdade é um assunto muito importante que sempre deve ser destacado em artigos,jornais,revistas e etc,porque mostra como o nosso país é corrupto e que não nos trata com igualdade social e sim com uma terrível e desumana desigualdade social e nos devemos lutar contra isso nos manifestando em comentários ,artigos,publicacoes e etc.
    Finalizo esse comentário com a seguinte frase "se somos seres éticos porque tratamos uns aos outros com diferenças e distinções sociais".

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  3. Série/Turma:1M
    Aluno:Adrian Soares de Almeida
    Número:1

    A desigualdade no Brasil é algo que vem afetando a população gradativamente e certamente os responsáveis por isso não se importam com o bem estar da população porque o que gera essa desigualdade é falta de acesso a educação de qualidade,politica fiscal injusta,baixos salários,dificuldade de acesso aos serviços básicos: saúde,transporte público e saneamento básico.
    Decorrente da má distribuição de renda,as consequências da desigualdade social no Brasil são observadas pela: favelização,pobreza,miseria,desemprego,desnutricao,marginalizacao e violência e como podemos notar a renda e má distribuída e isso afeta os mais pobres pois tira seus benefícios como bens e direitos se levar em conta muitos ricos possuem contas bancárias pelos países afora com o intuito de deixar suas riquezas escondidas caso sejam pegos em operações como denunciadas em paraísos.
    A desigualdade é um assunto muito importante que sempre deve ser destacado em artigos,jornais,revistas e etc,porque mostra como o nosso país é corrupto e que não nos trata com igualdade social e sim com uma terrível e desumana desigualdade social e nós devemos lutar contra isso nos manifestando em comentários ,artigos,publicacoes e etc.
    Finalizo esse comentário com a seguinte frase "se somos seres éticos porque tratamos uns aos outros com diferenças e distinções sociais".

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  4. :10
    A desigualdade é algo afetado pelo mundo inteiro, porém , é mais direto aos países menos desenvolvidos. Exercendo a desigualdade de oportunidades no mercado de trabalho até à escolaridade. No Brasil a desigualdade é uma característica muito importante , já que é um dos piores países entre as classes sociais. A desigualdade afeta a grande população brasileira , mas como os estudos comprovam , nos últimos anos ela tem diminuído, Onde há mais índice de desenvolvimento humano , são as áreas mais afetadas pelo problema. Um fator que ajudou na redução da desigualdade no país é o bolsa família .De acordo com o relatório da ONU as principais causas do problema são: falta de acesso à educação de qualidade , baixos salários e dificuldades ao acessos dos serviços como saúde e transporte público. As consequências observadas são por exemplo , desemprego , pobreza, violência , marginalização e etc. A despeito de o Brasil entre os dez países , com o PIB mais alto, é o oitavo país com o maior índice de desigualdade econômica. E com isso , deve ao Governo Federal promover campanhas , combates para que esse assunto seja esclarecido , e a sociedade seja unida e que haja uma nação para conscientizar a desigualdade social econômica brasileira.
    Aluna: Iara Amorim
    Turma: 1 "O"
    Nº: 36

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  5. A desigualdade social não vem somente do Brasil, mas do mundo, assim, em cada canto qualquer do mundo haverá algum ser desprovido de bens nos quais todos que são de elite tem em abundância.
    Apesar de ser um país rico em recursos naturais e com um PIB, e mesmo estando sempre entre os 10 maiores do mundo, o Brasil é um país extremamente injusto no que diz respeito à distribuição de seus recursos entre a população. Um país rico; porém, com muitas pessoas pobres, devido ao fenômeno da desigualdade social, que é elevado, alguns pesquisadores da área social e econômica atribuem essa elevada desigualdade social no Brasil a um contexto histórico, que culminou numa crescente evolução do quadro no país. Mesmo sendo uma nação de dimensões continentais e riquíssima em recursos naturais, o Brasil desponta uma triste contradição, de estar sempre entre os dez países do mundo com o PIB mais alto e, por outro lado, estar sempre entre os 10 países com maiores índices de disparidade social.
    A ONU publicou um artigo em julho de 2010 mostrando que o Brasil estava em 3° no pior índice de desigualdade no mundo e se tratando da diferença e distanciamento entre ricos e pobres, fica atrás no ranking apenas de países muito menores e menos ricos, como Haiti, Madagascar, Camarões, Tailândia e África do Sul. A ONU mostra ainda, nesse estudo, como principais causas de tanta desproporcionalidade social, a falta de acesso à educação de qualidade, uma política fiscal injusta, baixos salários e dificuldade da população em desfrutar de serviços básicos oferecidos pelo Estado, como saúde, transporte público e saneamento básico, além dessas, as outras consequências da desigualdade social no Brasil que são observadas pela: favelização; pobreza; miséria; desemprego; desnutrição; marginalização; violência.
    No Brasil, em 2011, o índice de Gini na área social foi de 0,527, demonstrando o menor número desde 1960 (0,535). Na lógica do sistema de Gini, quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade.
    No entanto, segundo Gini, a desigualdade social no Brasil teve um aumento considerável em 2017 decorrente da crise econômica.
    Ou seja, em 22 anos ela cresceu pela primeira vez, sendo o desemprego um dos maiores responsáveis. Dados atuais afirmam que a taxa de desemprego está em 12,3%, o que afeta 12,6 milhões de pessoas.
    ROBERTA DOS SANTOS MOREIRA; 1°M ; N°34

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