quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Orçamento para combate à homofobia é zero em 2017; Brasil lidera assassinato de LGBTs

Orçamento para combate à homofobia é zero em 2017; Brasil lidera assassinato de LGBTs
Último relatório do Grupo Gay da Bahia constatou que uma pessoa LGBT morre a cada 25 horas no Brasil
Por Juliana Gonçalves
Do Brasil de Fato
Negra, pobre e lésbica, Luana Barbosa dos Reis morreu depois de ser agredida por polícias em SP, em 2016. No mesmo ano, o adolescente Itaberlly Lozano foi assassinado pela própria mãe, Tatiana Lozano Pereira por ser gay. Em dezembro, o vendedor Luis Carlos Ruas, foi espancado até a morte ao tentar defender uma travesti de uma agressão. Em março de 2017, o caso da travesti Dandara dos Santos, torturada e morta em Fortaleza (CE), causou revolta após a publicação de um vídeo nas redes sociais com cenas do crime.
Esse são apenas alguns dos casos mais recentes que revelam o poder letal da homofobia no país. De acordo com o relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA), o país ocupa o primeiro lugar na quantidade de homicídios de pessoas LGBTs nas Américas.
Mesmo com esse cenário, levantamento feito pela agência de checagem de notícias Aos Fatos, em parceria com o portal UOL, mostra que o governo comandado pelo presidente golpista, Michel Temer (PMDB), zerou os repasses do governo para ações específicas de combate à homofobia em 2017.
Camila Furchi, militante da Marcha Mundial de Mulheres e do setorial LGBT do Partido dos Trabalhadores acredita que os cortes de recursos para políticas LGBTs e outras das chamadas minorias identitárias, ocorrem num momento de ascensão de uma elite conservadora.
"Não é só o corte recurso, é o corte de recurso que interrompe um ciclo positivo de construção de políticas públicas que não existia no país antes. Com o fim dos recursos, temos uma onda conservadora super forte dentro do Estado, seja no legislativo ou judiciário, tratando de impedir qualquer avanço. Ou, pior ainda, impor retrocesso em campos em que achávamos que já estava superado", afirma Furchi. 
Dados da ONG Grupo Gay da Bahia mostram que das 343 pessoas LGBTs assassinadas em 2016, metade era gay e 42% eram travestis ou transexuais.
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Os recursos para combater a homofobia foram de R$ 3.061.540,13 em 2008 para R$ 518.565,23 em 2016.  Grande parte dele foi para as cidades de São Paulo e Sapucaia do Sul (RS) e para o Estado da Bahia. Furchi acredita que as consequências dos cortes serão sentidas em breve, principalmente em São Paulo, cidade que foi reconhecida internacionalmente por conta do projeto TransCidadania encabeçado pela gestão anterior de Fernando Haddad (PT).
"É claro que tem consequência. A gente vai sentir cada vez mais no fechamento e precarização dos serviços que foram montados nesse período. Na cidade de São Paulo, há quatro centros de cidadania LGBTs. Esses serviços vão acabar, vão deixar de receber recursos do governo federal. A  gente sabe que o [prefeito João]  Doria não vai bancar por muito tempo esses serviços e vai acabar, vai privatizar, vai acabar ", lamenta.
Questionada, a assessoria de imprensa do Ministério dos Direitos Humanos não respondeu aos questionamentos da reportagem. Em resposta a Aos Fatos, a assessoria respondeu estar investindo em uma campanha publicitária chamada "Deixe seu preconceito de lado, respeite as diferenças" e em diárias e passagens para integrantes do Conselho Nacional de Combate à Discriminação contra o Público LGBT.
Furchi pontua que campanhas são importantes, mas não resolvem um problema estrutural que exige articulação com pastas saúde, educação e  trabalho."É uma afronta que hoje a política LGBT do Brasil se resuma a campanhas e passagens pagas ao conselho…que seja só isso", pontua.
Faltando dois meses para o fim do ano, os dados revelam que 2017 terá outro marco negativo. Até 20 de setembro foram contabilizadas 227 mortes de pessoas LGBTs no país, desses 125 eram travestis e transexuais, o que já faz do Brasil a nação que mais mata travestis e pessoas transexuais no mundo.

5 comentários:

  1. CPMG- HCR
    DISCIPLINA:Sociologia PROF.: Marcelo
    ALUNAS: Marielly Paula N:20
    Stéfany Gabriele N:28
    SÉRIE: 3 M
    A homofobia define o ódio, o preconceito, a repugnância que algumas pessoas nutrem contra os homossexuais. Aqueles que abrigam em sua mente esta fobia ainda não definiram completamente sua identidade sexual, o que gera dúvidas, angústias e uma certa revolta, que são transferidas para os que professam essa preferência sexual. Muitas vezes isso ocorre no inconsciente destes indivíduos.
    Para reafirmar sua sexualidade e como um mecanismo instintivo de defesa contra qualquer possibilidade de desenvolver um sentimento diferente por pessoas do mesmo sexo, os sujeitos tornam-se agressivos e podem até mesmo cometer assassinatos para se preservarem de qualquer risco. Muitas vezes, porém, a homofobia parte do próprio homossexual, como um processo de negação de sua sexualidade, às vezes apenas nos primeiros momentos, outras de uma forma persistente, quando o indivíduo chega a contrair matrimônio com uma mulher e a formar uma família, sem jamais assumir sua homossexualidade.

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  2. O preconceito não é de agora, as mortes de pessoas do meio LGBT não é de agora, o ódio, o desrespeito, nada justifica e nada disso vem de agora, tudo isso vem desde sempre, quantas histórias já ouvi e fiquei horrorizada, quantas, tantas mortes houveram, tantas pessoas desrespeitadas ou feridas fisicamente e emocionalmente apenas por serem elas mesmas. Não tenho o menor orgulho de dizer que o meu país é o que mais mata pessoas do meio LGBT, me sinto mal sabendo que as pessoas mortas não tiveram a oportunidade que tive de serem aceitas por serem LGBT. Não generalizando mas uma grande parte de nossa sociedade não aprendeu realmente a viver em sociedade já que não aprenderam a respeitar as diferenças das pessoas e opiniões, o mundo é repleto de pessoas diferentes e que por sinal não seriam nada felizes se não pudessem ser elas por inteiro. As pessoas falam “no meu tempo não tinha isso”, “isso é falta de apanhar”, “isso é do demônio”, “Deus vai te castigar se continuar agindo assim, espero que você pare para ele te perdoar”, são frases que doem e as vezes não se tem como argumentar de tão ignorantes que as pessoas que dizem isso são, é angustiante saber que tudo que fazemos por respeito tem gente que faz por desrespeito. De tufo que sei, de tudo que vejo tiro a conclusão que são poucos os que realmente vivem em sociedade, que respeitam, argumentam e aprendem a opinar sem agredir, o bom senso, a educação, o respeito, a generosidade e a reciprocidade estão indo embora com medo de voltar para as cascas vazias de conteúdo, e assim, vamos lutando por respeito, não somos doentes, não temos uma doença, nós apenas temos sexualidade nata como qualquer outro ser vivo.
    CPMG HCR – ROBERTA MOREIRA 1°M NOTURNO – N°34

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  3. Esse artigo só mostra nossa realidade, cor e gênero não deviam estar mais em pauta. Cada pessoas possui seu próprio pensamento sobre o assunto, mas quando chega ao ponto de violência e desrespeito verbal sobre este, já não é mais aceitável, e vemos que todas as rendas que deviam ser para o auxilio dessa causa não estão sendo entregues. Nosso país está regredindo, os direitos humanos não estão dando importância a toda essa série de assassinatos com pessoas inocentes que possuem livre arbítrio para tomar suas próprias decisões sobre sua sexualidade . Estamos em um mundo evoluído, o preconceito não devia possuir tanto poder em nosso dia a dia, aceitar as escolhas que cada um faz pois é direito destas, investir na divulgação contra esses atos desumanos. Pois matar por não estar satisfeito com escolhas que não te atingem e não afetam em sua vida é algo sem sentido e sem cabimento.
    CPMG HCR-RAQUEL CRISTINY OLIVEIRA ASSIS 1"O"-N:26

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  4. São realmente dados alarmantes! A sociedade precisa evoluir e entender que independente de uma opção sexual, gays, lésbicas e travestis ainda são seres humanos como qualquer outra pessoa! Em suas veias corre sangue do mesmo modo que nas nossas, não que os ``normais´´ sejam superiores, quero dizer que somos todos iguais, perante a lei, perante a biologia, entretanto entre a sociedade este pensamento está longe de existir...
    Ensinar as crianças a aceitarem os gays não é errado como muitos tem dito. O erro está em tentar enfiar a força na cabeça dos pequenos que isso é algo normal porquê não é. Aulas de educação sexual que são dadas no contexto de aceitação, mas que na verdade estão sendo dadas apenas para mudar a mente de crianças para se tornarem assim.
    Os investimentos contra a violência a essas pessoas não vai chegar hoje, e talvez nunca chegue. O certo a se fazer seria conscientizar a população de que eles ainda são seres humanos.
    João Pedro 2°K Noturno
    CPMG-HCR
    Caso queira entrar em contato: joaozinhoordep@gmail.com

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  5. Falta de empatia. Discriminação. Intolerância. Homofobia. Esse cenário exemplifica o sofrimento constante que a comunidade LGBT passa e que, independente da orientação sexual, eles são detentores de direitos como qualquer indivíduo e merecem respeito. Dessa forma, essa problemática pungente é um obstáculo para o fenecimento de uma sociedade preconceituosa.
    No que tange a respeito da violência contra a população LGBT no Brasil, torna-se evidente que o individualismo da sociedade faz com que as relações da parte retrógrada e hipócrita da população com os LGBTs não seja harmônicas e respeitosas. Diante disso, o pensamento de Thomas Hobbes sobre a natureza humana ser individualista e egoísta ilustra com maestria a situação, levando-nos a mesma conclusão que Hobbes: ''o homem é o lobo do homem''.
    Portanto, o governo deve sim investir em palestras, debates, projetos escolares e campanhas para que o número gritante de mortes diminua. Pois não pode deixar que tal situação seja um entrave para o desenvolvimento do Brasil.

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